terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ano Par


São exatamente 4:15 da matina de um novo dia. Não, infelizmente não tive uma crise de insônia. Nem precisei acordar cedo demais. É que ainda estou trabalhando - desde as 7h de ontem, horário ingrato em que diariamente a coordenação da campanha se reúne. A vida é ingrata, amigos.

Não é a primeira vez que isso acontece, nem será a última. Saber disso, no entanto, não me acalma nem um pouquinho, nem muito menos faz com que o sono se vá. Dose pra leão é ser refém da tecnologia - acreditem, estou esperando que um computador capte perfeitamente as imagens, os dados e os efeitos de um programa de TV. Há exatos 80 minutos estou nesta espera.

Tentei cochilar um pouco, mas a potência dos aparelhos de ar-condicionado não deixa. Estou num estúdio, afinal de contas. Num estúdio no Sul de Minas. Mais precisamente, num estúdio de gravação no Sul de Minas no mês de agosto. Faz frio, acreditem. E como saí de casa às 6h30 e nunca mais voltei, não estou com roupa apropriada.

Sabe o que é melhor? É bem possível que eu só vá conseguir chegar em casa hoje à noite, após a exibição do programa eleitoral.

Se um dia os filhos de vocês inventarem de se meter com política, dêem uma surra bem dada neles. Um dia eles irão lhe agradecer.

domingo, 17 de agosto de 2008

Será que eu sou????


A sexualidade está nas unhas. É verdade!
Só porque recusei ao convite maravilhoso de passar uma tarde de sábado numa fila para fazer as unhas num inferno cheio de mulheres comentando o capítulo passado da Beleza de Ciranda Favorita, fui olhada de lado. Ah, e como os olhos falam... Aquela olhada de lado foi igual a uma matéria antiga da Veja da qual nunca esqueci. Em resumo, ela dizia que se você curte Cássia Eller e já foi a um show de Ana Carolina, significa que é gay. A olhada que recebi depois de recusar a ida à manicure me disse assim, no seco, sem pensar nenhuma vez nas consequências do que diz a sua língua ferina: você é gay. Não, foi ainda mais ríspida: você é sapatão.
E agora?
Como eu vou contar isso para minha mãe? "Mãe, a Veja disse que eu sou gay porque eu adoro a Cássia Eller. Uma colega de trabalho disse com o olhar que eu sou gay porque não gosto de perder meu tempo em salão de beleza, e particularmente odeio quando passam o algodão na minha unha. Não, mãe, nunca tive nenhuma relação do tipo com uma mulher, mas eu não gosto de salão de beleza, entendeu, mãe?". Assim que eu digo?
E agora?
Acho que os homens são muito complicados e tal, bagunceiros, relaxados e sim, vivem esquecendo das datas importantes. Acho que homem não presta mesmo, e a diferença entre um e outro é só o fato da gente estar apaixonada ou não. Os homens são emocionalmente imaturos, etc, etc, etc. Mas têm um "quê" (vai, não é bem um quê, vocês sabem...) que me fascina completamente. E isso está causando um nó na minha cabeça: se é verdade que mulher que não vai todos os sábados para a manicure é gay, então sou uma gay gay. Entendeu? Gay de gay. Segundo a Veja, sou sapatão, mas se é isso mesmo, sou uma sapatão que só gosta de homem.
Ah, merda. Juro que no próximo sábado vou à manicure. Mais barato que o psicanalista, afinal de contas.

Fui!


Sumi
Dos cantos
Dos meios
Dos amigos
De mim
Sumi
(E não gostei).

domingo, 3 de agosto de 2008

Discurso

- "Dápacatáqué farso".
- Hein?
- Foi bom, mas dápacatáqué farso.
- Que palavra é essa?
- Farso?
- Não, essa que começa com "dápa"
- Dápa?
- Sim, isso que você falou agorinha sobre o discurso.
- Ah, que dápacatáqué farso?
- Sim, o que é isso?
- Dá 'pa' catá que é falso.
- Ah, dá pra sacar que o discurso é falso, é isso que você quis dizer?
- É. Cê entendeu o quê?
- Sei lá, nada. Não entendi necas de pitibiriba.
- Não entendeu o quê?
- Nada.
- Não, conta. O que é que você falou?
- Necas de pitibiriba? Quer dizer nada. Quer dizer que não entendi nada.
- Nó´ssora. Cês lá do norte têm uma fala engraçada. Não entendo nada, uai.
-Vixe, e tu quando fala avexado? Até parece que dá pra entender alguma coisa.
- Depois a gente discute. Vamo pres´tenção que o farso tá falano inda.