sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Não é lógico?

A polícia americana descobriu uma quadrilha que planejava matar o candidato negro à presidência, Barack Obama. E agora, os cidadãos skinheads americanos serão bombardeados? Não são terroristas? Serão jogados em Guantánamo? Legal.

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Uma senhora de 90 anos se matou depois de ser despejada de sua casa, o único imóvel que tinha e cujas prestações estavam atrasadas. Isso aconteceu no país que se diz defensor mundial da democracia. Lei para todos. É... mais ou menos, né?

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Marta Suplicy perdeu a campanha e João Santana assumiu a culpa. Marketeiro que é bom, ganha muito bem para isso mesmo.

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Justiça funciona assim: se eu perder uma ação para um ex-funcionário, eu tenho que pagar rápido, senão me encrenco de várias formas. Mas se eu ganhar uma ação contra a extinta TV Manchete, os antigos donos alegam que não podem pagar e pronto, fica por isso mesmo. E com o toco que ganha, a Justiça recebe uma transfusão de córnea?

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No interior de Minas, um candidato a prefeito distribuiu milhares de camisas amarelas no dia da eleição. Avisada por opositores, a Polícia Militar disse que não iria agir. "A gente não se mete com política", avisou o plantonista. Beleza.

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Quando o preço de uma matéria-prima sobe, os produtos derivado dela sofrem reajuste de preço - sempre para cima. Quando o preço da matéria-prima desce, não há reajuste dos produtos, e ninguém faz nada a respeito... Alguém explica?

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O limite de velocidade dos veículos poderia ter 100% de eficácia se, ao invés de implantar radares em cada esquina, as autoridades (tão preocupadas com nossas vidas!) exigissem que as montadoras não fabricassem veículos com capacidade de velocidade acima da determinada por lei. Não?

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O governo se preocupa com o bem-estar da população. Tanto é verdade, que nos multa se não usarmos cinto de segurança, nos proíbe de fumar em ambientes fechados, nos prende se usarmos drogas ilícitas ou se formos flagrados fazendo sexo em ambiente público (mesmo que seja atrás da moita, escondidinhos de olhares curiosos). Por outro lado, estudiosos já detectaram o quanto o trabalho causa estresse. Por quê o governo não nos proíbe de trabalhar, então? Reivindico aposentadoria integral ao trabalhador estressado.

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Vou numa loja de CDs e encontro um CD infantil original por R$ 36,00, oito músicas. Vou numa banca de camelô e encontro o mesmo CD por R$ 3,00. E aí eu fico perguntando: como é que os caras têm a cara de pau de classificar a pirataria como crime e achar que isso vai resolver tudo? Não era mais fácil usar de justiça na elaboração do preço do produto?

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Alegação de um aluno universitário flagrado plagiando um texto para o seu TCC: "eu cheguei à mesma conclusão do autor (o plagiado), por isso, não se pode dizer que eu plageei o cara. Foi um caso de coincidência de idéias". Aham.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Outro Mundo

Dorme, criança, dorme Que o sono irá te alimentar
E os sonhos te trarão o riso
Sem vergonhas ou medos ou remorsos
E irá te afastar um pouco dessa vida
Em que os pesadelos te apanham de olhos abertos
Em que te negam as asas de Ícaro
Embora te empurrem penhasco abaixo.
Dorme, dorme, meu bebê
Pois a vida irá te ensinar que o sono
É a cura para o corpo cansado,
A recompensa do dia-a-dia
Para culpados e inocentes
(Todos iguais antes das cinzas eternas)
O Deus do Esquecimento
Teu momento mais íntimo de privacidade.
Fecha esses olhinhos, menininha,
E desliza para um mundo mágico
Onde não exista abandono nem exploração
Onde sobrem motivos para risos, gargalhadas,
Onde quem já foi pode nos visitar de novo
Abrandando o desespero da saudade
E quem nunca mereceu ter nascido
Jamais poderá ser concebido.
Adormece em meus braços, querida,
Sinta-se protegida hoje e sempre
Para enfrentar as agruras desse mundo
Ou para voar em tua rica imaginação
Ou fazer qualquer coisa que queira
Com a autorização de tua consciência.
Sonhe, querida, sonhe e viva teu sonho.
E saiba que nenhum pesadelo é eterno.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Fins

As pegadas ensinam o caminho a seguir
Os mesmos caminhos, outros pés,
Um guia, ao menos.
Um guia de pés tortos,
De passos hesitantes
(Como os meus nesse instante)
De quem segue apenas outros passos
E outros pés, ansiosos e perdidos pés,
Que deixam seus rastros, e seguem rastros
Porque, afinal, o caminho nunca deixa de ser o mesmo
E, no fundo,
Isso não faz a mínima diferença.
Pés tortos em estradas erradas
Mente perdida em rumo incerto
E eu a seguir, os passos,
Orgulhosa de meu rastro
Apesar de saber apenas seguir outros pés...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Pastor


Era uma pessoa boa, decente, inatingível, forte. Um coração do tamanho de seu senso de justiça: imenso. Dele não se esperava uma agressão, uma ironia, uma pitada de mau humor que fosse. Tudo era "bom dia", "posso ajudar em alguma coisa?"; malícia passava muito longe daquela alma que, de tão mansa, podia ser confundida com subordinada. E podia mesmo, porque Jorge se posicionava como um subordinado manso diante de qualquer ser vivo.
Era tão bom, tão manso, tão subordinado, que ninguém tinha coragem de tirar proveito dele. Ninguém pedia nada a ele. Ninguém cobrava nada. Jorge sabia disso, e exatamente por isso ele se esmerava naquela fantasia idiota para aqueles idiotas do bairro.
Não, Jorge não era nada bom. A malícia era tanta que ele não deixava que ninguém a percebesse. De fato, não agredia ninguém e nem falava rispidamente: não precisava nunca, assim como não precisava demonstrar seu mau humor para aqueles pobres imbecis miseráveis que nem sabiam distinguir um sorriso amável de um sorriso irônico. Descontava toda a sua frustração (e quem não a tem?) naquela cidadezinha para qual ia a cada 15 dias a pretexto de cuidar de sua pobre e velha mãe - na verdade, uma dúzia de prostitutas e muitas garrafas de cachaça para o tal de Damásio.
O que Jorge queria, afinal? Para que se dar a tanto trabalho, disfarçando-se, vivendo uma fantasia sem necessidade? Nem ele tinha a resposta. É que a maioria das coisas que a gente faz não tem mesmo resposta alguma, embora a gente viva inventando umas para satisfazer aos outros. Jorge era assim.
Afinal de contas, quem tem alguma coisa a ver com isso?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Passional


Da última vez em que o vi,
O sangue já não corria.
A face pálida, a carne fria.
Aqueles olhos secos, medonhos.
Não reconheci aquela expressão,
Nem ela me agradou, tampouco.
Senti que seria o fim, dessa vez:
Aquela expressão... os olhos... ele, frio.
Deu medo. Quis chorar.
Pensei em correr, mas lembrei do quanto sou covarde.
Pensei em brigar, mas sou covarde.
Imaginei matar, mas sou covarde.
Tudo para arrancar aquela impressão medonha
Dos olhos gelados e pálidos a espreitar-me
Como quem arranca uma verdade à força
Das entranhas da pessoa em que se confia
(Ou que se diz confiar).
Uma última verdade: a que não existe.
Não quero verdade nenhuma sendo arrancada de mim;
Não tenho verdades a oferecer, só mentiras.
Foi a última vez que o vi.
Depois disso, caí no chão.
Morta, de corpo e alma.
Morta.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dia de João

17 de outubro, e cá estou a cumprir a minha missão de escrever sobre meu Peter Pan familiar, que hoje completa 29 aninhos. Um menino, ainda! E já tem outro menino!
Todas as vezes que escrevo sobre João estou sinceramente surpreendida pelo tanto que ele amadureceu. No entanto, pensando bem, que amadurecimento danado é esse que ele tem a cada ano que se passa, e que nunca é o suficiente para que eu deixe de achá-lo um garoto ainda? Coisa de irmãe, creio eu. Meu garoto! Tão lindo, tão fofo, tão... cut-cut!
Liguei ontem para ele, antecipando meus votos de felicidade e matando um pouco a saudade. Não consegui conversar, não sei como ele está, não conseguiu me contar (ou ouvir) novidade alguma. Ficava só no "que bom, maninha, que você ligou! Que saudade! Quando você vem? Que saudade! Te amo, visse?" e dengos tais. Ele é assim mesmo, fofo, doce, amoroso. Safado também, que você não me engana, viu?
O que eu posso falar para você hoje, dia de teu aniversário? Que te adoro, que te admiro, e que nunca deixei de ter vontade de puxar tuas orelhas - pelo menos um puxão por dia, pra ver se você cria juízo. Mas que também morro de medo de você criar mesmo juízo, de você virar adulto de verdade, desses que a gente vê na rua trabalhando todo dia, caretinha, sabe? Sou meio cismada com esse tipo de gente. Não merece confiança.
João, eu te amo. E continuo (sempre) na torcida para que você continue feliz, para que você tenha sorte, tenha muitas alegrias e tenha a força necessária para viver bem, com coragem para suportar as dificuldades da rotina e os sustos que a vida sempre nos prega. Que você sempre acredite em você mesmo, e que continue sendo um cara legal, bacana, divertido. Que consiga, sozinho, se manter bem e firme, mas que prefira fazê-lo em companhia agradável. E que aprenda a olhar para o chão (mais precisamente consiga enxergar os buracos da rua) principalmente quando estiver andando de moto, porque ninguém aguenta mais ver você com o braço ou a perna engessada porque caiu da moto, né, João?
Maninho, saúde, sorte e força.
Te amo. "De com força".

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Contradança


Ensaiava para o baile enquanto sua mãe matava um frango no terreiro. Dançava ao som mudo de um Mozart surdo, cega e transtornada pela paixão que viria a sentir quando finalmente encontrasse um rapaz, o seu rapaz, e seria naquela noite. Sabia disso, com a mesma certeza que tinha de que a sua cidade compreendia o mundo inteirinho - sua cidade era o mundo, e nada mais restava. Tinha certeza disso, sabia disso.
De repente estava num imenso salão chiquérrimo, lindo, cheio de pessoas bonitas, bem vestidas e arrumadas, cheio de moças (como ela) cheias de certeza de encontrar o seu rapaz e naquela noite e de serem felizes para sempre hoje. O frango jazia morto no terreiro molhado pelo suor derramado da face de sua mãe, a pobrezinha da sua mãe. Seria servido ao molho pardo.
A mãe pede para que ela lhe traga a chaleira quente que apita do fogão de lenha anunciando que sim, a água estava a ponto de ser utilizada. Ela escuta - à mãe e ao grito da água fervente - mas aquilo faz parte de uma realidade paralela que não lhe interessa. Então os berros de sua mãe misturam-se à música imaginária e ela tropeça no pé do cavalheiro, e erra e cora, e pede desculpas de cabeça baixa piscando os olhinhos com o charme que uma tia sua ensinara a fazer. Corre para o espelho da sala e se certifica de que piscou certinho mesmo, a ponto de parecer meiga ao seu rapaz. Sim, está tudo certo. "Boa menina", diz para si mesma. E volta aos braços de seu para sempre amado.
O dia corre sem pressa, a manhã está lenta, e ela está bailando há não mais que dez minutos. Rodopia segurando com as pontas dos dedos da mão direita a longa saia que será vestida somente à noite, enquanto a sutil mão esquerda se apóia delicadamente no ombro de seu par. Olhos semicerrados, sorriso estudado nos lábios, só a ponta dos pés tocando o chão: é assim que treina a moça; "é assim que deve ser", pensa, e está razoavelmente certa. Os moços gostam da delicadeza feminina, gosta de serem os machos a protegerem suas fêmeas indefesas. Gostam de serem tocados com delicadeza por uma jovem e bela dama com quem se casarão e terão muitos filhos. Foi assim que ensinaram a ela. E ela dança e dança.
O frango começa a ser depenado. A mãe cumpre essa tarefa do mesmo jeito que varre o terreiro todas as manhãs, ou que busca a água na cacimba várias vezes ao dia. É uma tarefa a mais, e o suor pinga naquela manhã quente, e nada mais há de se falar sobre isso. O frango vai ficar gostoso para o almoço, a mãe cozinha bem. Quase tão bem quanto a filha baila, ou quanto ela pensa que baila tão bem. Nunca pisou no pé de um parceiro, mesmo a despeito de nunca ter tido um parceiro real - o real, para ela, não passa daquele lindo salão cheio de seus rapazes seus, só seus, e dentre os quais ela irá escolher o afortunado, um dia. Ao seu gosto. E é hoje.
Está flutuando junto de seu sempre amado quando sente um puxão. Algo a está trazendo para a outra realidade, aquela paralela, a insignificante. É uma mão. É a mãe. A mesma que tava matando um frango, a mão suja da mãe. Toca seus cabelos, mas não sabe ser gentil como ela é com o seu príncipe. A mãe com a mão é bruta, e arranca-lhe um tufo de cabelos. O seu amado se assusta e sai correndo, deixando-a só com o frango morto impregnado ali naquela mão. Ela ainda lança um último olhar para o seu rapaz que já está muito, muito longe. Inalcançável. Já era.
E aquela mãe a guia para um buraco negro, um espaço nebuloso entre a sua realidade cor-de-rosa e a sua outra realidade cor-de-sangue-de-frango. Ainda não entende bem o que está acontecendo; pensa se seu rapaz verdadeiro fugiria como aquele traste fugiu diante do perigo da mão da mãe. E fica pensando nisso direto, enquanto suas mãos são mergulhadas com rudeza nas entranhas do frango. A música ainda soa em seus ouvidos, mas está confusa. A voz da mãe é mais alta, mais forte: "limpa bem esse frango, viu? Senão dou-lhe outra surra". Não, surra não. Tudo menos isso. Surra não. Odeia a mãe, e odeia ainda mais a mão da mãe, essa mão que a tira de sua vida real e lhe traz para aquela outra vida desgraçada, infeliz e sem graça. A vida de sua mãe. Não a sua: a de sua mãe.
A música pára de soar.
Amanhã, quem sabe.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Onde fica o glamour? E o banheiro?


Falo tão mal de empresas jornalísticas e seus profissionais que às vezes até esqueço que sou uma.

Já atuei em todos os meios de comunicação e em quase todos os setores, até que enchi definitivamente o saco de ter que sempre estar atenta a tudo que acontece, cumprir pautas quase sempre desinteressantes, dar plantões nos finais de semana e feriados, ter que fazer 3, 4, 5, 6 matérias por dia tendo que checar tudo, ouvir 214 lados (curiosamente, o lado "atacado" quase nunca está acessível na primeira tentativa) e ainda dar uma cara de imparcialidade ao material que será lido por gregos e troianos. Ah, tem que satisfazê-los também, tanto os gregos quanto os troianos.

Erro? Nem pensar, pois se ele acontece nossa vida vira um inferno - além da gente ter que aguentar as brincadeiras dos colegas e levar esporro dos 800 chefes existentes em cada redação, a gente ainda tem que aguentar um monte de leitores telefonando dias a fio para conversar com o repórter que cometeu o erro. Alguns leitores reclamam em tom professoral, o que é muito chato. Outros reclamam no tom de "tia" primária, que é mais chato ainda. Há os que dão esporro dizendo que o erro é imperdoável e que vão deixar de assinar o jornal por causa dele. E tem ainda os que nos afloram o instinto assassino: são os advogados, os que confundem metralhadora com ameaça de processo.

Lembrei disso porque ontem escutei a conversa de duas senhoras no banco da praça (sim, estou com folga suficiente para ir tomar sorvete no banco da praça no meio da tarde e escutar a conversa dos outros - o que significa que não estou mais trabalhando na mídia). As duas estavam espinafrando uma repórter da cidade que cometeu um assassinato à gramática. Pena que eu não consegui saber que erro tão grotesco foi esse. As mulheres só falavam o nome do jornal, a edição e o nome da repórter, mas não o erro, apesar de estarem falando do erro. Não comprei o jornal porque fiz promessa: enquanto não ganhar na megasena, não gasto um centavo para comprar um jornal, seguindo o conselho de Raulzito.

As mulheres vieram com o discurso fácil de que repórter tem que saber o português perfeito e não pode se dar ao luxo do erro. Concordo, mas... quem nunca cometeu um erro de português que atire a primeira pedra. Eu não posso, já cometi e continuo a cometer. Mas o mais grosseiro de toda a minha vida aconteceu quando eu trabalhava no Jornal do Commercio, em 92/93. Não sei por que cargas d´água eu usei a palavra "ossada" em vez de "alçada". Meu rosto fica vermelho até hoje quando lembro disso. Sei, e naquele tempo eu já sabia, a diferença de significado entre as duas, mas errei, e priu. Lembro que meu editor pediu explicação para o erro, e eu caí na gargalhada dizendo que a única explicação é que eu era burra mesmo. Merda feita, esporros e gozações tomadas, estou livre do pecado (quando é útil, lembro que fui batizada e crismada).

Quando dá saudade daqueles tempos (sim, tenho minha porção masô), lembro dos carnavais e aí a saudade passa ligeirinho. Vocês conseguem imaginar o que é ter que ficar de plantão e - pior que o plantão - ter que fazer matérias de carnaval? Entrevistar folião (o que é que um folião pode dizer de interessante, meus deuses?), falar que o bloco tal saiu com atraso mas arrastou multidão, que a polícia quebrou o pau num adolescente porque estava com lança-perfume nas mãos... Ah, que carnavais jogados fora!

Quando a gente é repórter fica insensível em muitos momentos. Como na noite em que Chico Science morreu. Adorava Chico Science. Era uma noite de domingo de carnaval, eu fiquei de plantão o sábado e o domingo todinho e, finalmente, aquele inferno tinha chegado ao fim. Peguei meu carro e fui para a casa de minha mãe, em Olinda, onde passaria o resto do carnaval. Vi o acidente quando passava o viaduto da Marinha, mas nem dei bola. A Polícia tava chegando quando eu passei, e tinha um monte de curiosos. Chego em casa, estaciono o carro, entro e escuto aquela musiquinha de terror da Globo quando tem uma notícia extraordinária. Escutei a notícia da morte de Chico Science ao mesmo tempo em que meu celular tocou. Era o editor. Eu tinha que voltar para a TV por causa do acidente. Como disse, eu adorava Chico Science.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Malcriada

O
Silêncio
De
Quem
Gosto
É
Razão
De
Mágoa
.
.
.
Meu
Silêncio
Para
Quem
Gostei
É
Óbvio
(ou
não?)

domingo, 5 de outubro de 2008

Mais uma bela vitória

Ganhamos. O meu candidato é vitorioso. Uuuuuuuuuh, que felicidade!
Numa hora dessas, não penso nas dificuldades, nas decepções e das rasteiras tão naturais em uma campanha eleitoral. Numa hora dessas esqueço que estive fora de casa por quatro longos meses, trabalhando de domingo a domingo. Só lembro que fiz o que me deixaram fazer, briguei com quem tinha que brigar, abracei quem precisava ou quis abraçar. Só lembro que meu candidato é, sem dúvida nenhuma, a melhor opção que se apresenta - e que eu o ajudei a vencer, eu e mais um batalhão de gente que fez de tudo para que o nosso candidato pudesse continuar no governo. Posso até ser piegas, mas a emoção da vitória compensa, quando a gente acredita que está fazendo o melhor. E eu acredito, sinceramente.
Estou gritando nas ruas desde as cinco horas da tarde. Parei há meia hora, ou seja, às dez horas da noite. Cantei as músicas dessa campanha, cantei as músicas de campanhas passadas do Lula. Gritei o nome de meu candidato um zilhão de vezes toda vez que um carro com adesivo passava por perto de mim. E gritei um "chupa, Marcão! Fudeu-se!" toda vez que um carro com adesivo do adversário passava. Pronocação idiota, eu sei. Mas faz um bem...!
Ainda tenho garganta para gritar mais, assim como tenho fígado para beber mais e tenho braço para balançar mais a bandeira vermelha imensa do PT. É um momento em que choro de alegria, me abraço com o primeiro que estiver passando na minha frente, pulo como um folião. É uma alegria imensa, imensa. Talvez seja difícil de entender para quem não gosta de política. Mas este é meu vício, um dos mais antigos que tenho. Choro mesmo, sem vergonha. De alegria. E choraria muito de tristeza se o resultado fosse diferente.
Estou com sapato vermelho, calça preta, blusa vermelha com listras brancas (sou Santa Cruz, sempre). O cabelo está emaranhado, a roupa está molhada, a garganta tá doendo, e eu ainda tenho que trabalhar hoje. Não importa, hoje é um dia muito especial, do tipo que só ocorre de dois em dois anos. Tenho que comemorar mesmo, tenho esse direito. E que venha o próximo pleito.
Ah, não podia deixar de mencionar um assunto aqui: dinheiro. Tradicionalmente, campanha é um trabalho atrativo para quem gosta de ganhar dinheiro. Nada contra. No entanto, comigo é um pouquinho só diferente. Eu troco o dinheiro pelo prazer de trabalhar na campanha por alguém que acredito. Claro que sou remunerada, mas nunca peço tanto quanto na verdade eu mereço ou poderia exigir. Como já disse, troco parte da remuneração pelo prazer. Esse é meu grande barato. E quem não acredita quando eu digo isso, é porque simplesmente não me conhece.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Minha mãe me ensinou!...


Amei esse texto que recebi por email. Não tenho menor idéia do autor.

Minha mãe me ensinou!...
Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO...
'ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!'
Minha mãe me ensinou a RETIDÃO.
' EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!'
Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS...
'SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!'
Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA...
'PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?'
Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO...
'CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!'
Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO...
'FECHA A BOCA E COME!'
Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO...
'ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR!'
Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA...
'CALMA!.. QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ..'.
Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS...
'OLHE PARA MIM! RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!'
Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...
'SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!'
Minha Mãe me ensinou MEDICINA...
'PÁRA DE FICAR VESGO, MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE.'
Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL...
'SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!'
Minha Mãe me ensinou sobre SEXO...
'...E COMO VOCÊ ACHA QUE VOCÊ NASCEU?'
Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA...
'VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!'

Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES...
'TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?'
Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE...
'QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER.'
Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA...
'UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRÁ VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!'
Minha mãe me ensinou RELIGIÃO...
'MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!'
Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ...
'SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!'
Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO...
'OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!'
Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO..
'VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!'
Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRÍLOQUO...
'NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?'
Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO...
'EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!'
Minha mãe me ensinou a ESCUTAR ....
'SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!'
Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS..
'SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!..'
Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA...
'AJUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS! PEGA UM POR UM!!'
Minha mãe me ensinou os NÚMEROS...
VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!'
Brigadão Mãe !!!