domingo, 22 de novembro de 2009

Boleto Social

Em todo momento sou lembrada do preço de minhas escolhas.
É alto, como a qualquer pessoa.
A diferença é que sou minha maior credora
E não pechincho:
Pago cada centavo do aluguel dessa minha vida
(Meu maior medo é ter de levar a vida dos outros, por melhor que ela possa parecer...)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Aos meus meninos

Mestre, aponte a rota
Dê o destino,
Pise o caminho
Siga reto em estradas curvas
Ande enquanto o presente for só presente
E corra quando o passado o perseguir
Veja a luz fora da órbita
Enxergue o porvir.
Machuque os pés em pedras macias
Alente-os em relva fresca
Descanse quando o corpo mandar
Erre entradas
Acerte os erros e aprenda com eles
Persiga o seu estradar
Esqueça da chegada
Que o bom do sonho é sonhar.
Mestre, feche seus olhes
Dê passos bambos, descuide-se
Permita-se cair rendido
Seja vergonhosamente humano
E animalescamente complexo
Planeje seus grandes passos
Mas deixe espaço para o improviso
E o provoque - quebre a rotina.
Cerque-se de sentimentos
Assim como de água e alimento
Deixe as tralhas no caminho
Para que um dia possam seguir seus rastros
Para livrar seus ombros de pesos inúteis
Para que os fantasmas não o assombrem.
E converse sempre consigo
- Nunca se esqueça de si.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Adaptação


Não entendo esses homens

Que estando tristes sorriem

E insatisfeitos se acomodam

Como se a vida assim exigisse

Como se não fosse opção

Como adestrados que são.

Não entendo essas pessoas

Que adoram o castigador

E mesmo em meio à dor

Oram dando graças

Quem sabe por suas desgraças

Com as quais as abençoou.

Não entendo essas mulheres

Escravas da perfeição

Que julgam não ser quem são

Poderosas por natureza

Sonham com a submissão

De título cartorário e pensão.

Não entendo nem a mim

Ora homem, ora pessoa

Ora mulher, ora eu mesma

Que nem sei o que vim fazer

Nesse mundo deslumbrado

Da poderosa São Paulo...

Eu vivo na Liberdade.

sábado, 14 de novembro de 2009

Quando o mofo dá... mofo deu.

Digam o que disserem, façam o que fizerem... EU AINDA OS AMO!
Onde eu consegui essa foto? Oras... foi feita por mim! Arraes ainda fumava charuto, Luciano era vice de João, e Lula era só candidato. Encontro Nacional do PT, Centro de Convenções de Olinda, 2001 - Uma odisseia no mar vermelho (que já azulou, a bem da verdade).

Sendeiro



Quanto mais me calo, mais dói
Mais nego e ainda renego
Mais me desconheço e desconfio
Que o volume alto de minha voz
Tem sua razão de ser.

Estranho o silêncio que me sai
E me esconde entre o impulso e a necessidade
De um jeito jamais esperado
Com a desculpa de falta de voz
Quando o que falta é coragem
E eu sei – e isso basta.

A palavra não-liberta
Ainda não é essa que agora vaza
E talvez seus grilhões
Sejam, afinal, de puro ouro:
Mais firmes que minha vontade
Mais duros que minha coragem.

Essa conversa de enigmas
Entre cérebro e estômago
Não ousa sair da garganta
Mas regurgita ácida
Queimando tudo por dentro
Sufocando-me.

Por ora me contenho mais um pouco
Pois sei que meu eu
É mais forte que esse outro meu eu
E não há ouro que resista à explosão que segue
O momento de minha retomada:
- Cá estou. De volta. Aos berros.


De volta ao pugilismo


Não me falta acontecer mais nada. Há pouco recebi um email da BANCADA DE OPOSIÇÃO DE PERNAMBUCO, onde um bando de cara-de-pau que sempre (repito: SEMPRE) explorou o estado agora quer posar de mártir da justiça social, da transparência e da retidão política. Quem não te conhece que te compre - taí minha resposta à Bancada Metralha (eles pedem no site http://www.bancadadeoposicao.com.br/index.php?action=enviar_contatopovo que a gente tire dúvidas... portanto...):

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LI OS NOMES DOS NOBRES DEPUTADOS QUE COMPÕEM A BANCADA DE OPOSIÇÃO E FIQUEI COM UMA DÚVIDA:ISSO É UMA BANCADA OU UMA QUADRILHA?
Não faço a menor ideia de como vcs conseguiram meu email e nem por que o cadastraram, mas exijo a retirada de meu endereço desse mailing imediatamente.
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Só a título de esclarecimento: não morro de simpatia por Dudu, e nem estou acompanhando o seu governo. Portanto, a resposta não se trata de defesa do atual governo do filho de Francisco, é só uma resposta aos filhos de chocadeira que - estes sim, e infelizmente - eu conheço bem.

Ah, merda. Tô quieta no meu canto e os caras vêm me provocar. Pau no toitiço. Apagão neles.