terça-feira, 13 de abril de 2010

Sanguínea

Volto a ter sede de vida
De novidades benditas
De exploração ao outro
De mundos marginais
Lágrimas matinais
Sobre corpos outros
E risos estridentes
Desejos malevolentes
Insanas aventuras
Tragáveis desventuras
Volúveis capturas
Dos olhares passantes
Dos pedestres distantes
De mãos em mim – seus toques...

Estendo a mente
Ao desconhecido, ao profano
Aos amores nos cantos
A todos os encantos
Ao novo, ao estranho
Ao convite feito
Ao beijo perfeito
Ao efêmero do acaso
Para quem abro os braços
E me largo, solene,
Feliz e contente
Um tanto demente
Um tanto temente
Integralmente

Libero meu riso
Em nada sofrido
Ao carinho recebido
Às palavras despejadas
Com a vã facilidade
De quem não tem
Razões para mentir
Ou desculpas para dar
A quem me pede um beijo
Ao qual não vou recusar
A quem irei me entregar
Por ordem de meu desejo
Por querer tal lampejo
- E assim ora me vejo...


2 comentários:

Magna Santos disse...

Sim, Ana, você está mesmo de volta e muito viva. Que bom retorno!
Um poema musical, com ginga, com balanço, com doçura e honestidade, arrematando no final: "e assim ora me vejo...". Maravilhoso!
Abração.
Magna

Canto da Boca disse...

Nossa, que poema!
O sangue corre em todas as artérias, dá vida a tudo.
O sabor da vida embebeda, embriaga... Vai ver é por isso que desde ontem comemoro algo que nem eu mesma sabia?

Beijos, e adoro quando a pena desobedece e escreve esses poemas...