quinta-feira, 25 de agosto de 2011

37 graus


sou assim, antagônica.
meço-me pelo não eu
angustio-me a cada escolha
gozo da liberdade de prender-me
(ou não)
seco de tanto beber
vomito de tanto comer
enjoo somente do que gosto
entristeço com quem amo
apavoro-me com o que não conheço
corro pra viver tranquila
mato-me para suportar a vida
trabalho para divertir-me
tenho pesadelos quando descanso
canso-me de nada fazer
choro quando estou muito alegre
escrevo quando não tenho nada a dizer
temo quanto mais amo
às vezes fujo da felicidade
não me reconheço no espelho
e tantas vezes me vejo no outro...

3 comentários:

Canto da Boca disse...

Cabe uma análise em cada frase, porque cada uma por mais que seja de "fácil entendimento", há uma profundidade existencial sem tamanho. Como és cria de si mesma, Ana Cláudia, ainda que tenha partículas de outrem, ainda que todas as fricções do universo tenham te atingido, tocado, és o lilás num campo branco.
Enjoar somente do que gosta é extravasar a coragem que lhe sustêm. O gostar é tanto, que sempre pode e será transformado.

Beijos, beijos e mais beijos!

A Autora disse...

Pô, mana... vc me entendeu mais do que eu mesma tinha entendido! Fez parecer meu sentimento tão gigantesco, tão maior do que eu pensava...
O texto é fraquinho, mas seu comentário diz tudo!
Beijão, e obrigada pela visita.
PS: E Eric Clapton? Vem ou não vem?

Canto da Boca disse...

Tou vendo as passagens, quero muito ir, Eric Clapton, é que nem o cometa Halley!

Fraquinho nada, e sabes bem trazer o subjacente sofisticado, enleado na simplicidade.

Beijo!