Quando acabo de mobiliar meu castelo
Vem esse desejo de derrubá-lo.
E construir - não reconstruir.
O novo, o inédito, o inesperado
O risco, o medo, a superação
Tudo isso move meus pés desconstrutores.
Meu canto ainda precisa ser encontrado
Receio que nunca o ache
Tanto quanto receio um dia achá-lo.
É a busca que me motiva
O reinício, a prova de minha competência
É enxergar um mundo vasto demais para um só castelo.
Desejo de fuçar novos quintais,
Descobrir novas areias e consolidadores
Solidificar pilastras e corrimões e pisos
Encontrar um solo virgem de sujeiras de outros
Plantar minhas próprias fruteiras
E desfrutar toda alegria inerente ao meu próprio suor.
Olhar um terreno vazio e sonhá-lo construído
Com seus labirintos mais profundos
E minotauros ferozes a defender seus caminhos
Pátios ainda livres de multidões e requisições
Nada a pedir, nada a conceder, nada a julgar
Nem o conselho do amigo mais querido. Nada.
Cada castelo criado me renova a esperança
Mesmo sabendo da desconstrução ao final
- Tenho, portanto, tantas mortes quanto renascimentos
De tal modo que a cada castelo desconstruído
E a cada novo castelo imaginado e montado
Acumulo meus mais ricos e preciosos bens.
É o início de uma nova despedida, imagino.
6 comentários:
E o começo de outra fortificação! Perfeitamente de acordo com a liberdade e o pensamento da autora: sua força está no refazer e desfazer continuamente. Criar, recriar, inventar e sempre prosseguir.
Eu diria que esse poema é a sua carteira de identidade!
Poderoso, mana e lindo!
Beijos!
;)
Misericórdia! Arretado, Ana!
Não posso dizer que é tua carteira de identidade, pois não te conheço como Val. Porém, traçaste um bom e belo perfil. Ops! Planta, esboço a ser revisto, possivelmente, depois que a maquete for montada.
Somos mesmo esse eterno fazer, desfazer...revirando o monturo das nossas próprias questões e descobrindo outras, criando outras a cada dia.
Beijo.
Magna
Mana,não sei se é minha carteira de identidade ou minha carteira de motorista. Sei que sou eu, faz parte de mim.
É que eu tô numa agonia medonha pra mudar tudo de novo, sabe? Mesmo. Bjs!
Magna, querida! Obrigada pela visita e pelo estímulo! Magna, em dezembro estarei novamente em Recife, de férias, e gostaria muito de te conhecer pessoalmente, junto com minha mana Val, que acha? Beijão!
Acho maravilhoso! Desejo recíproco. Vamos sim, Ana. Sempre que encontro Val é diversão garantida, leseira completa e compartilhada, ou melhor, multiplicada. Muita história pra contar, viu? De sarau a lançamento de livro já 'aprontamos' boas e agora contigo...será ótimo. Quem sabe tu não acrescentas mais alguns artigos ao nosso "tratado"(depois perguntas a Val).
Beijo bem grande.
Magna
Sim, está combinado, só falta você chegar!
Beijo, mAninha!
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