quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Deixei o msn ligado e...


João Ricardo diz:
te amo, amo, amo
João Ricardo diz:
PARABÉNS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
João Ricardo diz:
Maninha, penso, penso, penso, (eita, começou a feder... rs - se com isso eu já tirei um sorriso teu, já valeu) pois é Maninha, ultimamente ando tão ocupado, e você sabe disso. Sabes também o quanto eu amo ficar conversando contigo, e nem pra isso eu estou tendo tempo... sei que as nossas conversas têm sido cada vez mais rápidas e objetivas, às vezes só dá tempo de dizer que te amo ...
João Ricardo diz:
...Maninha, nem preciso dizer o quanto eu te amo, o quanto és importante, o quanto eu desejo felicidade e sempre mais e mais conquistas, realizações, farras (não pode faltar né? ), saúde, (porra só lembrei da saúde depois da farra, sem comentários...), desejo tudo de maravilhoso, pois você merece. Continue sendo essa pessoa interessantíssima que você é...
João Ricardo diz:
Como eu queria estar ao teu lado agora te enchendo de beijos e abraços ...., isso eu vou ficar te devendo e vou fazer questão de pagar !!!!
Para resumir um pouco, ou melhor, quase tudo..., parabéns!!!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO !!!!
Nós te amamos !!!
João Ricardo diz:
Maninha, vou fazer de tudo pra te ligar hj
João Ricardo diz:
te amo muito

_____________

Eu que amo esse moleque.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Aluguel

Semana passada estive em Alfenas, cidade do sul de Minas onde morei por um ano e meio. Uma grande amiga está se mudando para lá, e pediu que eu a ajudasse a alugar uma casa legal por lá. A tarefa é desagradável sempre: ir em imobiliária, pegar chaves, deixar documentos, andar a cidade toda abrindo portas, percorrendo cômodos, devolvendo chaves, pegando outras... Mas em Minas isso é muito pior ainda.
É que em Minas o povo gosta de conversar. E conversa, conversa, conta a vida de sua família e dos vizinhos e das famílias tradicionais. Pergunta de tudo, também. Objetividade é um conceito pra lá de subjetivo por essas bandas. É um jeitinho que tanto pode ser cativante quanto cansativo. Agora, imagine isso quando você precisa percorrer toda uma cidade em busca de um imóvel para alugar...
1ª imobiliária visitada. Na entrada, um painel com umas 18 fichas de imóveis para alugar. Olho o quadro e constato que há apenas duas hipóteses interessantes, o resto era inviável, com localização ruim. Um corretor se aproxima.
- Pois não?
- Queremos alugar uma casa na região do centro, de preferência perto da Unifal.
- Hum... tá ruim... tá difícil... A gente tá quase sem casa. Serve apartamento?
- Pode ser. Mas a preferência é por casa. Essas duas aqui, a gente gostaria de ver. É possível.
- Olha, vocês até podem ir, mas eu vou avisando logo: as casas estão ruins. Em péssimas condições. Tem que fazer reforma.
- Não, pra fazer reforma a gente não quer. Temos pressa, a mudança tem que ser rápida.
- Hum... sei... Então é melhor nem ir lá. Não serve apartamento?
- Serve, já que não tem opção mesmo... Quais apartamentos o senhor tem disponível?
- Tem esses dois aqui no centro.
- A localização é ótima. Podemos visitar?
- Claro. Peraí que eu vou buscar as chaves.
Em outra sala, o corretor que nos atendia covnersa com um colega:
- Você viu a chave dos apartamentos do centro?
- Hum... acho que estão na segunda gaveta.
- Não estão. Será que estão na primeira?
- Pode ser, olha aí.
- Não encontrei.
- Vê na terceira.
- Também não.
- No quadro de chaves?
- É pode ser. Vou ver. Não, as chaves não estão aqui.
- Então alguém deve estar visitando.
-É, deve ser.
O corretor volta e fala conosco:
- As chaves não estão aqui. Acho que alguém pegou para visitar. Vocês podem voltar lá para o final da tarde? Talvez, se alguém pegou, já possa ter devolvido nesse horário.
- Sem chance, amigo. Valeu e boa sorte.

Saímos rindo muito, ainda de bom humor. Isso, evidentemente, evaporou depois de visitarmos a segunda, a terceira, a quarta... e as cenas se repetirem, com mais ou menos fidelidade. Na hora do almoço, paramos num restaurante conhecido meu. Lá, perguntei se a dona não conhecia alguém que tivesse imóvel para alugar. Não se passou nem um minuto e ela ressurge na minha frente com um velhinho simpático.
- Boa tarde. Vocês estão procurando casa?
- Sim, sim. O senhor tem alguma para alugar?
- Eu tenho, eu tenho. Tenho três casas, sabe? Tudo no aluguel. Uma fica bem aqui, perto do Itaú, você sabe onde é o Itaú? Bem na rua do Itaú. Quer dizer, não é bem na rua, mas é como se fosse. Você desce o Itaú, anda duas quadras, vira assim, sobe a primeira à direita, aí vai encontrar a padaria de seu João, sabe onde é? Aí depois que passar a padaria você vai ver minha casa, uma branca com muro alto e portão verde. Quer dizer, acho que aquela cor não é verde não, acho que é cinza. Não, não, é verde mesmo. Essa é uma casa muito boa, grande. O quarto de casal - a senhora é casada? - é bem grande, tem um banheiro separado. E tem quintal, um quintal grande, dá até pra criar cachorro. A casa é muito boa. Mas essa já tá alugada. Tem mais duas, uma que fica...
- Mas as outras duas também estão alugadas?
- Estão, estão, tá tudo alugada. Minha mulher também tem duas casas. Uma delas fica no bairro Morada do Sol, a outra já é mais perto do centro, pertinho da Unifal. Mas essa casa não é muito boa não, porque tem muito estudante que passa por lá fazendo barulho a qualquer hora do dia. Sabe como são os estudantes, né? Um dia mesmo, uns passaram por mim gritando, fazendo uma zoada danada, era véspera de um feriado. Qual era o feriado mesmo? Acho que era 7 de Setembro. Caiu numa quinta, o 7 de Setembro?
- Não sei. Mas a casa me interessa. Qual a rua?
- É aquela perto da Unifal... mas não presta pra senhora, não. Os quartos não são grandes, e só tem dois quartos. Além do mais, está alugada.
- Ah, está alugada?
- Sim, está. Minha filha também tem três imóveis. Ela é psicóloga e se formou também em Direito e em Administração de Empresas. Casou com um rapaz daqui, que fez odontologia na federal. Agora eles moram em São Paulo. Ela já tem duas filhinhas, cada uma mais linda que a outra. Compraram uma casona grande em São Paulo, bairro chique, muito bom mesmo. E ela tem ainda três imóveis aqui, que ela aluga. Normalmente ela aluga para estudantes, porque aqui em Alfenas tem a federal e muitos estudantes vêm do Brasil todo pra cá, e aí...
- Mas os imóveis dela estão para alugar?
- Não, estão todos alugados.
- E o senhor conhece alguma pessoa que está com o imóvel para alugar?
- Não, isso tá dífícil. Porque, como eu ia dizendo, aqui tem muito estudante, e aí alugam os imóveis todos e...

Guenta. Isso foi o dia todo. No final, já em desespero, conseguimos miraculosamente encontrar uma pessoa que tinha não um apartamento, mas um prédio inteiro para locação. Enquanto conversávamos com ele a família que estava alugando o último ap disponível do prédio desistiu do contrato. Pegamos na hora, por muita sorte.

É, meu amigo... parodiando o ditado famoso, torresmo é bom mas não é mole.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

É a estrada!


Cara, amanheci mais velha. Não, ainda não é meu aniversário, ainda tenho alguns dias de idade atual. Ainda assim, estou mais velha. Irreversivelmente. Inacreditavelmente.
Não foi uma ruga no rosto quem anunciou esse triste fim de Policarpo Quaresma. Não foi a preguiça de levantar, hábito que venho adquirindo aos poucos. Não sei que vento trouxe essa certeza: o fato é que, antes mesmo de abrir os olhos nesta manhã, eu SABIA que estava mais velha.
O que sinto? Sei lá, nem tenho percebido tanta mudança assim. Ainda corro no meio da rua, ainda tomo banho de chuva (só quando é chuva grossa), ainda subo em árvores e planto bananeira debaixo d´água. Ainda danço pra caramba, ainda bebo pra caramba, ainda sorrio mil vezes mais que choro. Ainda nem me conscientizei de verdade que eu tenho obrigações na vida! Tanta coisa a descobrir, tanta coisa para mudar, tanta coisa para deixar de fazer antes de envelhecer.... E agora? Tô mais velha, cara, e tenho que me convencer racionalmente disso, ainda por cima!
Fiquei uns 10 minutos parada na cama, olhar vazio para o teto, só assistindo o filme que passava na memória. Deu saudades. Senti a falta de meu pai. Senti inveja de minha infância passada com meus primos - toneladas deles. Rapida e violentamente, passeei por todas as cidades que já tive o prazer de morar. Aí, exatamente nesta parte, encanei: caralho, dizem que quem tá pra morrer assiste a esse filminho particularíssimo. Será que...? Caralho... Pô, mas já????
Levantei em um salto. Tá, tô mesmo ficando mais velha, porém uma coroa inteiraça, do tipo que encosta a cabeça no joelho sem ter que implorar misericórdia aos céus. Herança de meu tempo de bailarina. Ainda dá pra acordar saltando da cama. Olhei para o guarda-roupa e vi que tinha pouquíssima roupa que pudesse me identificar com minha mais recém-descoberta idade. Cara, mas eu também não preciso demonstrar esse peso que passei a sentir tão subitamente, né? Visto um vestidinho vermelho, meio curto. Olho no espelho, olho de novo, de novo e brado, vencida: merda, você tá uma velha ridícula com essas pernas à mostra nesse vestidinho adolescente. Troquei. Escolhi uma calça social preta com blusa preta e sandália de salto alto. É... antes ser chamada de urubu que ser recebida por risinhos de loiras no meio da rua. Foda.
Hora do banho. Aí, eu já entro no banheiro encanada com minha encanação. Porra, que idéia é essa de estar velha? Tenho uma vida social bem ativa, excelentes amigos, bons parceiros, contas em dia, grana sempre disponível para os pequenos e indispensáveis prazeres. Parei de fumar (hum... talvez seja tempo de reverter isso). Enfim... encanei com a encanação.
O banho é sempre um demorado processo. Tão demorado, e frio por opção, que conseguiu me chacoalhar e me fez desencanar de uma vez por todas. Não vesti o uniforme de viúva, dispensei o vestidinho vermelho (deixei pra night), coloquei uma calça jeans descolada e uma blusinha de malha confortável e com um decote interessante. Nos pés, uma sapatilha com saltinho. Nem oito, nem oitenta.
Enquanto me trocava, pensei na besteira que tinha me atacado sem razão alguma. Ri. Ri um bocado. Contei para os amigos, e rimos todos juntos, tomando café da manhã. Tiraram muita onda da minha cara, mas tudo bem, esses são meus amigos. Vamos todos trabalhar. Saio na frente de casa para abrir o portão. Distraída, bati de leve no braço de uma estudante que passava pela calçada. Tinha uns 15 anos, a miserável.
- Desculpa, foi mal. Eu não te vi passando...
- Tudo bem, tia, fica tranquila.
- A puta que te pariu tá boa? A rapariga da tua tia já largou da zona? E você, tá indo tirar o plantão dela, sua filha de uma que rincha? Mal-educada...

Moral da história: velha é foda.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Ato

Curva, pálida, resistente
Capaz de um último gesto suplicante
Lívida, fraca, leniente
Pensa apenas se ainda quer querer
Rápida, intrépida, rústica
Lamenta o tempo em que matava o tempo
Lúcida, histérica, chorosa
Sente que já não há salvação
Rouca, ríspida, maravilhada
Das cordas vocais extrai um silêncio impune
Satírica, irônica, debochada
Lembra que um dia teve muita fé
Séria, súbita, cismada
Reflete seu momento presente
Impávida, dolorida, orgulhosa
Consente um último olhar de escárnio
Resolvida, prática, impoluta
Arrepende-se dos atos não cometidos
Crédula, fajuta, flexível
Reavalia conceitos de toda uma vida
Vexada, virtuosa, cândida
Atiça a memória dos amores
Serena, cansada, feminina
Beija o amante exausto a seu lado
E roga um pouco mais daquela morte momentânea
Que só ele é capaz de lhe dar assim,
Tão completamente.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Derivar-se


Em meio ao caos pessoal,
Inflijo-me prazeres torturantes
De sabores, cheiros e texturas
Coisas assim como o puro nada
O ócio! O ócio!
Ah... delícias...
Perco-me até não encontrar mais sombra alguma
Nem vislumbrar a retirada estratégica
Ante papéis e mais papéis
Que contam mais sobre mim
Do que eu possa jamais saber
No pretérito ou no infinitivo - serei gerúndio???
Descasco velhas marcas
Sonho com outras, muitas.
Essa vida que é só minha
Tem toda uma ordem própria, indecifrável:
Cheia de carimbos e vazios,
Muitas viagens, nenhum passaporte.
Uma vida só minha,
Sem escritos que a guiem,
Sem profetas nos caminhos
Com chances iguais de acertos e erros
Construída com concreto, amarrada com areia
(Fragilidade por sobre a força).
Às vezes, invisível, inexistente;
Noutras, a própria Cleópatra.
Perdida tanto quanto tantos,
Nem mais, nem menos.
Racional como a maioria
(Temerosa de idiotices).
Minhas gavetas vivem reviradas
Enquanto permaneço com a ilusão
De ter todas as peças guardadas ao meu alcance
Na ordem da péssima memória.
Meu caos.
Meu raro perdão é silencioso.
Já a minha revolta... berra.
Não catalogo arrependimentos
Razão pela qual os esqueço
Prontamente.
E no entanto, amo.
Amo, mas não me entrego
(Abnego).
Sofro, mas não demonstro
(Sufoco).
Sou uma profusão ilógica de sentimentos.
Em meio ao meu caos pessoal,
Tudo o que desejo é a paz,
É poder dar conta de mim mesma,
Bagunçar minhas desordens
Esconder ou revelar descobertas:
Expressar-me. Ou silenciar:
(...)
(...)
Meu mundo, meu caos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Promessas de ano novo


Em 2009 talvez eu tente me encaixar um pouco mais ao conceito de 'normalidade'.
Tentarei ser menos seletiva e mais sociável.
Vou juntar dinheiro (ainda não sei para quê, mas vou).
Vou retomar à fase saltinho-terninho-maquiagem.
Vou me esforçar para levar a sério uma relação amorosa.
Vou me mudar de mala e cuia para Sampa.
Vou fazer concurso público.

OU

Vou continuar a brincar de viver fazendo tudo o que gosto, me submetendo muito pouco às convenções, fazendo amizade com deus e o mundo, mandando para a puta que pariu qualquer emprego que me encha o saco, gastando todo dinheiro que possa ganhar, viajando toda hora em que me der vontade, sendo eu mesma.
_____________________________________
Quando passar a ressaca de início de ano eu decido qual das opções eu vou seguir. Se bem que tenho, cá entre nós, um palpite muito forte sobre qual é a escolha mais provável.
Feliz 2009!

Muro


Cala-me o preciosismo,
Recebo a sentença da mediocridade
- A aceito como justa, inefável, invariável.
A vida se expande diante de mim
Sem que eu a possa explicar, descrever:
A permissão só cede ao sentir.
Sufoca-me a autocrítica,
Essa competitividade latente
Que exerce seus poderes tal qual mulher:
Chega mansa, cor dourada,
Domina fingindo-se dominada,
Impera sobre a prepotência do súdito.
Sigo na contramão do verbo
Apostando corrida com os sentidos
Sem esperança na conciliação das estradas.
À frente, o branco vazio e as penas.