O silêncio que se segue
Constrange e não reverte
A impaciência do viver
A saudade do querer
O silêncio a que me impus
É causa e consequência
Abandono de mim mesma
Medo, rotina, (desas)sossego
A falta do que falar
Não é falta de viver
Não é por não me emocionar
É o não querer aparecer
Boca muda, mente berrante
Dedos hesitantes, preguiçosos
É o não querer explicar
É o cansaço do "dever que"
A palavra não me foge
O comodismo é que me deita;
O talento do Poeta me sacode
E ao meu silêncio afugenta.
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Cheia de vergonha, estou de volta. Espero que dessa vez a volta seja um pouco mais duradoura. Poeta Geó, Mana Val, obrigada por me matarem de inveja pelo talento - ela, de fato, me sacudiu.
Que venham as letras, as palavras, as bobagens, as leseiras (e essas últimas serão muitas, aposto!)
3 comentários:
Se toda pedrada funcionar assim...
Que cheguem então as palavras alheias com peso de paralelepípedo. Essas pedradas levantam voo.
Que bom que voltou, Ana.
Abração.
Magna
Senhoras e senhores, ela voltou! Que coisa boa!
Preguiça, comodismo, abandono de si mesma, o não querer aparecer, sumam de teu horizonte! Tuas palavras aqui fazem uma falta imensa.
Ser lembrado como alguém que contribuiu para que voltesses à ativa dá uma alegria danada. E deixa o ego um tanto abobado...
Beijo e bom retorno - que já vei em grande estilo.
De fato, ser citada como estímulo, rapaz, é bom demais!
Mas o seu texto me fez lembrar do Poema à Boca Fechada, do Saramago (não, não vou fazer aquele trocadilho infame), autor que você tanto gosta...
Um beijinho, Mana, que a volta seja feliz, inspiradora e duradoura!!!
smack!
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