sexta-feira, 1 de julho de 2011

"Pedrada"



O silêncio que se segue

Constrange e não reverte

A impaciência do viver

A saudade do querer



O silêncio a que me impus

É causa e consequência

Abandono de mim mesma

Medo, rotina, (desas)sossego



A falta do que falar

Não é falta de viver

Não é por não me emocionar

É o não querer aparecer



Boca muda, mente berrante

Dedos hesitantes, preguiçosos

É o não querer explicar

É o cansaço do "dever que"



A palavra não me foge

O comodismo é que me deita;

O talento do Poeta me sacode

E ao meu silêncio afugenta.



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Cheia de vergonha, estou de volta. Espero que dessa vez a volta seja um pouco mais duradoura. Poeta Geó, Mana Val, obrigada por me matarem de inveja pelo talento - ela, de fato, me sacudiu.

Que venham as letras, as palavras, as bobagens, as leseiras (e essas últimas serão muitas, aposto!)










3 comentários:

Magna Santos disse...

Se toda pedrada funcionar assim...
Que cheguem então as palavras alheias com peso de paralelepípedo. Essas pedradas levantam voo.
Que bom que voltou, Ana.
Abração.
Magna

Josias Geó de Paula Jr. disse...

Senhoras e senhores, ela voltou! Que coisa boa!
Preguiça, comodismo, abandono de si mesma, o não querer aparecer, sumam de teu horizonte! Tuas palavras aqui fazem uma falta imensa.
Ser lembrado como alguém que contribuiu para que voltesses à ativa dá uma alegria danada. E deixa o ego um tanto abobado...
Beijo e bom retorno - que já vei em grande estilo.

Canto da Boca disse...

De fato, ser citada como estímulo, rapaz, é bom demais!

Mas o seu texto me fez lembrar do Poema à Boca Fechada, do Saramago (não, não vou fazer aquele trocadilho infame), autor que você tanto gosta...

Um beijinho, Mana, que a volta seja feliz, inspiradora e duradoura!!!

smack!