segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Decisão


Reencontrei minha esperança numa encruzilhada
Bem no meio do transtorno de duas avenidas
De braços dados com o sorriso e sendo puxada pelo pranto
Imune à realidade, como quase sempre.
Tinha na mente o futuro
E arrastava o passado nos pés inchados, maltratados, imundos.
Os olhos buscavam o movimento à procura de quietude
Contrariando sua natureza arisca e imprudente.
O próprio corpo se rebelava, desejando o verso,
Como se não pudesse unir antes o que era e o que devia ser
Numa única existência, ainda mais curta que a minha e a sua.
E tudo isso parado, em pé, numa encruzilhada qualquer.
À direita, viu a decepção gingando com bossa, se aproximando;
Do outro lado, a coragem chegava.
Entre uma e outra, nenhuma:
Tomou impulso e correu pra frente. Foi.
Entre o desespero e a coragem, nada.
Entre ser e não mais ser, a desistência.
Toda a minha esperança esmagada
Ali, naquela qualquer encruzilhada.

2 comentários:

Canto da Boca disse...

Algo assim sartreano... E por falar em Sartre vim te dizer que vou dar um pulo à terra dele. Estou indo agora à Paris, mana e volto na sexta e nos falamos e conto o que senti...
Te amo muito!
Mil beijos.

A Autora disse...

Essa aí de cima é minha mana. Chique no úrrrrtimo!