quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Êta trem bão, soul.


Meu amigo Dimas me provocou, ao dizer que eu andava com mineirices. Quer saber, Dimas? Aí vai sua resposta:

Ei, ó o auê aê, ô! Quéqué isso, cumpadi, tá com firula pra riba deu? Pia a peste, que praga de mãe! Ôrra!
Sabe o que é, Dimas? É que esse trem tem esse troço que faz a gente coisar assim desse jeito, no mais é quatro mais cinco noves fora zero, mano. É marromeno coisa de cabra bestaiado mermo.
Caraca, viu, é cada uma que acontece com o sujeito que, se eu não tivesse embaixo do céu e em cima da terra, não believava não. Se eu não fosse uma guria tão porreta, garanto que tu ia subir teu pneu na calçada na maior, da hora em que o quentão desabrocha até quando o caboclo chega pro chima.
Tá me estranhando, né não? Pra tu chegar assim todo faroleiro puxando o bode no quintal dos outros, se escangalhando do meu palavreado pernamineiro, tem que tá é muito seguro, com costa quente de dotô e tudo.
Óia, pia só um negocinho: eu posso estar morando onde a lombriga torce o rabo, o que importa é que eu vim donde vim, fui pronde fui, passei donde andei, juntei tudo, botei numa cumbuca e tô me refastelando que nem menino buchudo de beira de canal. E ói que o caldo inda nem ficou pronto - imagine quando eu fizer o pirão!

Um comentário:

Anônimo disse...

Cláudia,

Eu caí na besteira de lhe provocar, deu no que deu. Agora, digo só uma coisa:

Você veio emburacando com essa conversa pra boi dormir que eu acabei ficando na dúvida se esse negócio de escrever com sotaque dos outros era à vera ou você estava só de agá.

A questão é que você cresceu pro meu lado e eu não sou boneca pra ter medo de mulher e muito menos de me assustar com um esparro lascado desse.

É bem verdade que essa maçaroca de palavras me deixou meio desparafusado, mas não cheguei a ficar abilolado.

Mas não vamos ficar nós dois aqui cheios de nove-horas, já que somos amigos de outros tempos. Também não há razão pra gente ficar apoquentado com uma discussão tão abestalhada. Escrevi mesmo só pra dizer que quando a coisa arrocha o nó eu não fujo do bafafá.

Não fujo, porque sou cabra de peia e se o negócio não se resolve na goela, então vai na peixeira mesmo. Você sabe bem que não sou homem de fuleragem.

Mas vamos deixar de gréia e ficar por aqui. Afinal, a única coisa que a gente leva dessa vida é a putaria que a gente faz nela.

Um abraço acochado,

Dimas