segunda-feira, 29 de junho de 2009
Muito mais que vaidade
sexta-feira, 26 de junho de 2009
O papel do diploma
O que isso muda em minha vida? Pouca coisa, para não ser idiota ou arrogante o suficiente para dizer que não muda nada. Já tenho currículo e nome, e se de repente eu ficar desempregada, certamente não vai ser pela inexigibilidade do diploma. Isso não tem a menor importância no meu ramo, que é a política. Aqui, o que vale é o resultado, e isso eu tenho pra mostrar.
Para quem está estudando ou iniciando a carreira, vai ser barra conseguir uma vaga num mercado de trabalho que há anos privilegia a contratação de estagiários, muito mais baratos que os salários básicos dos profissionais. A diferença agora não vai ser mais o título, e sim a seriedade da empresa e a capacidade do trabalhador.
Por tremenda ironia, só na segunda-feira passada eu pude colocar as mãos no meu diploma. Eu nunca o havia requerido, e nesses 20 anos de trabalho ninguém nunca exigiu que eu o mostrasse. Como agora resolvi fazer um MBA, a universidade pediu e eu requeri. Brinco, dizendo que nem o STF quer mais o meu diploma (é papel de folha única, e não folha quádrupla como imagino que tenha nos banheiros dos ilustres ministros). Só brincadeira, claro. O diploma continua fazendo a diferença.
Sou mesmo a favor da inexigibilidade do diploma. Com exceção para aqueles que pretendem trabalhar com saúde, nas áreas de engenharia (altamente técnicas), com educação, e para quem quer ser cientista. O resto é balela, inclusive o disputado curso de Direito (que também cursei). Sabe ler e interpretar? Então pode ser um bom advogado. Ou até presidente do STF. Igualzinho a jornalista. E a cozinheiro. E a Relações Públicas. E a motorista. E a publicitário. E a bacharel em Comércio Exterior. E a Economista. E a dezenas e dezenas de outras profissões.
A técnica profissional pode ser adquirida com mais ou menos facilidade, dependendo da “vocação” e da obstinação de cada um. Só não sei ainda como resolver o problema da ética, cujo vestígio a gente só tem algum contato nas universidades.
Em muitos casos (mas não em todos), a exigência do diploma não passa de reserva do mercado. “Eu cursei, estudei, e por isso tenho direito a uma vaga no mercado do trabalho” – essa lenda urbana já era, como a maioria dos funcionários públicos e bancários comprova.
De qualquer forma, eu não abriria mão de fazer um curso universitário de jeito nenhum. Independente de ser exigido diploma ou não. Porque a universidade deve ser muito além de um mero passaporte para o mercado de trabalho. Universidade é academia, é lugar de estudos, de troca de idéias, de abertura de cabeça para o mundo além do nosso umbigo e de nossa sempre medíocre visão. Fundamental para mim, uma anta que se espanta com o óbvio todo santo dia, e que precisa ser provocada para pensar (porque pensar dá preguiça mesmo).
Inexigibilidade não significa proibição. Quem quiser estudar, se preparar melhor, vai ter sua chance de estudar na sua área de conhecimento predileta. Os cursos continuam - se bem que as faculdades da moda devem chorar a perda de interessados, o que eu considero uma vantagem da decisão do STF. Aquele que tem vocação para uma profissão pode querer se preparar melhor na universidade.
Agora... a defesa foi pífia demais. Defesa da liberdade de expressão? Uai... desde quando o jornalista impede a liberdade de expressão? Os jornaizinhos estão aí pra desmentir essa tese. Os jornalistas (e empresários da comunicação, principalmente) podem manipular a expressão da opinião, é verdade. E a vacina contra isso é processo judicial. E essa verdade não vai mudar em nada com a inexigibilidade do diploma, diga-se de passagem.
Pra terminar: espero que a FENAJ e os sindicatos de jornalistas não estrebuche muito com a decisão do STF. Porque a inexigibilidade do diploma já era uma realidade para a maioria absoluta dos meios de comunicação que não estão em grande destaque. Se um não-jornalista for atuar como jornalista da Folha de São Paulo, os sindicatos caem de pau. Mas ignoram solenemente as redações do interior do país (inclusive o interior de São Paulo) entulhadas de não-jornalistas. Quando eu fiz a denúncia, recebi como resposta: “é fogo, né? Os caras não contratam jornalista pra não pagarem o salário certinho”. “Sim, mas o que vocês vão fazer quanto a isso?”. “Vamos tomar as providências”, garantiu-me o burocrata sindical. Claro, nenhuma providência foi tomada. Nunca.
Agora, não chiem.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Viver de novo
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Sobre limites...
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Que Paraíso???
Há coisas na vida que deixam a gente muda. E sem vontade de nada.
Mas deu vontade de contar a vocês a história de Lilith. Tirei da Wikipédia. Inté.
Lilith (לילית em hebraico) é referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois a ser descrita como um demônio.
De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal.
Assim dizia Lilith: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.’’ Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou que essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre a mulher, dessa forma abandonou o Éden.
Três anjos foram enviados em seu encalço, porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar.
Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.
No período medieval ela era ainda muito citada entre as superstições de camponeses, como deixar um amuleto com o nome dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf para que ela não o matasse, assim como acordar o marido que sorrisse durante o sono, pois ele estaria sendo seduzido por Lilith.
A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma categoria de demônios ou espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.E.C.
Ela é também associada a um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash) ela é referida como uma espécie de demônio.
Talvez dada a sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da bíblia, na Bíblia KJV ou King James Version. Ali está escrito, em Isaías 34:14 que ... the screech owl also shall rest there. É preciso salientar, comparativamente, que na renomada versão em língua portuguesa da bíblia, isto é, na tradução de João Ferreira de Almeida, esta passagem relata que ... os animais noturnos ali pousarão, não havendo menção da coruja[1], como é freqüentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no mundo lusófono atual).
Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas. A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem saía com vida.
Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aberto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com a vagina segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.
Pensa-se que o Relevo Burney, um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer sexual.
Algumas vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.
Nos dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma notável transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith, e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos, em um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora pragas, depravação, homossexualidade e vampirismo. Podendo ser citados também os nomes de Johann Wolfgang von Goethe, John Keats, Robert Browning, Dante Gabriel Rossetti, John Collier, etc...Lilith também é considerda um dos Arquidemônios símbolo da vaidade.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Sombrio
Um sonho indiscreto
Povoa meu anverso
O lado do emblema,
Perverso,
Tão-somente contido
Neste pobre universo
Que existe
Latente
De renegado progresso
Visto que problemático
(Diria até que enfático)
Em meu sonho indiscreto.
Levanto asas ao léu
Desnudadamente,
Sem culpas a pesar.
Companheiros ao longe
E eu aqui de cima,
Adivinhando passos,
Brigas, atitudes,
Reversos e lágrimas.
Nada de risos,
(De sonho, só o meu).
Inúteis asas,
Tarô do breu.
Ilusões desfeitas,
Dramas revelados,
Desaparecem as asas
E eu caio.
A Terra com seu fórceps
Aguarda o corpo
Para a última estrada
(A vida).
Sei que minha morte
Será arrancada de mim,
E isso me apavora.
Jamais quis nascer
(Quero apenas voar, e não ver...)
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Gélido
Hoje está frio, escuro, cru.
O fim ronda os cantos
Lembrando das inutilidades
Que atormentam
E os verdadeiros valores
Que renegamos em nome do nada
Que pensamos ser o tudo
Até que chega o fim.
E a gente morre
Frios, roxos, gelados.
Crus. Não-vivos.
Belos, e não-vivos.
Insensíveis e sós,
Nós. Todos nós.
Juntos e sós.
Hoje ou amanhã,
O fim ronda os cantos
E nos alcança.
A gente aguarda, só.
E sós.
Hoje está muito frio.