terça-feira, 9 de junho de 2009

Sombrio


Um sonho indiscreto
Povoa meu anverso
O lado do emblema,
Perverso,
Tão-somente contido
Neste pobre universo
Que existe
Latente
De renegado progresso
Visto que problemático
(Diria até que enfático)
Em meu sonho indiscreto.

Levanto asas ao léu
Desnudadamente,
Sem culpas a pesar.
Companheiros ao longe
E eu aqui de cima,
Adivinhando passos,
Brigas, atitudes,
Reversos e lágrimas.
Nada de risos,
(De sonho, só o meu).
Inúteis asas,
Tarô do breu.

Ilusões desfeitas,
Dramas revelados,
Desaparecem as asas
E eu caio.
A Terra com seu fórceps
Aguarda o corpo
Para a última estrada
(A vida).
Sei que minha morte
Será arrancada de mim,
E isso me apavora.
Jamais quis nascer

(Quero apenas voar, e não ver...)

2 comentários:

Nicolau disse...

Mas pelo menos houve o vôo.

Muito bonito.

Beijos

Magna Santos disse...

O bom de perder as asas é que a gente descobre que não precisava delas para voar.
Beijo.
Magna