Um sonho indiscreto
Povoa meu anverso
O lado do emblema,
Perverso,
Tão-somente contido
Neste pobre universo
Que existe
Latente
De renegado progresso
Visto que problemático
(Diria até que enfático)
Em meu sonho indiscreto.
Levanto asas ao léu
Desnudadamente,
Sem culpas a pesar.
Companheiros ao longe
E eu aqui de cima,
Adivinhando passos,
Brigas, atitudes,
Reversos e lágrimas.
Nada de risos,
(De sonho, só o meu).
Inúteis asas,
Tarô do breu.
Ilusões desfeitas,
Dramas revelados,
Desaparecem as asas
E eu caio.
A Terra com seu fórceps
Aguarda o corpo
Para a última estrada
(A vida).
Sei que minha morte
Será arrancada de mim,
E isso me apavora.
Jamais quis nascer
(Quero apenas voar, e não ver...)
2 comentários:
Mas pelo menos houve o vôo.
Muito bonito.
Beijos
O bom de perder as asas é que a gente descobre que não precisava delas para voar.
Beijo.
Magna
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