Sou pacifista, mas confesso que queria ver como seria uma guerra na América do Sul.
Seria todo o mundo sul-americano contra a Colômbia?
Será que a Colômbia ia contra-atacar lançando cocaína puríssima pelos ares, em bombardeio ao inimigo? Uau, a guerra ia terminar numa rave. Não é má idéia. O inimigo que não morresse de overdose iria virar freguês. Hum, boa estratégia de marketing, mas acho que o orçamento da campanha ia ser o mais caro da história das guerras. Pena, mas não vai ser possível.
O Brasil ia atacar com o que há de mais mortal: os ritmos de massa. Aviões elétricos, inspirados no segundo maior item de exportação baiano, iriam espalhar pelos céus inimigos o som do Calypso, dos MC´s (todos!), do funk carioca, e daquelas malditas duplas repentistas que nos enche o saco nas praias nordestinas. Entre outros, claro. Por terra, o ataque também seria arrasador e iria atrair muitos turistas franceses e japoneses: todos os ritmistas de todas as escolas de samba e todos os batuqueiros de maracatu unidos sob a regência do maestro Carlinhos Brown com seus tribalistas e participação especial de Ivete Sangalo, Sandy, Xuxa e Daniel.
Hugo Chávez certamente seria a primeira vítima da guerra. Morreria durante o discurso diário da tarde (o quarto do dia) em que chamava os presidentes dos países que não entraram na guerra de “bundões submissos ao imperialismo americano”, esculhambaria os líderes que defendessem o fim da guerra, chamando-os de “bundões submissos ao imperialismo americano” e atacaria o presidente chinês (que alegou não ver sentido em meter o bedelho nessa guerra do outro lado do mundo), gritando a plenos pulmões que ele é um “bundão submisso ao imperialismo americano”. Sobrou até xingamento para Fidel, “aquele bundão submisso ao imperialismo americano” que declinou do convite de participar da guerra ao lado do companheiro Chávez.
Ninguém saberá nunca qual a nacionalidade do cara que matou Chávez a canivetada, mas parece que o nome é Jhonny Stwart, embora o acusado alegue o tempo todo que “meu nome não é Jhonny, meu nome não é Jhonny”, falando em português mesmo (por causa disso, especula-se que seja o ator Selton Melo).
No Peru, os feiticeiros estariam em assembléia no Machu Picchu dia e noite. Dizem que estão invocando uma praga dos infernos: um bando de gafanhotos em número suficiente para destruir a principal fonte de renda colombiana. O que eles não pensaram é o que essas pestes vão fazer depois de consumir toda Erythroxylon coca existente por lá. Já pensou, bilhões de gafanhotos alucinados zoando mundo afora?
Alegando ser pacifista por natureza, o presidente paraguaio se negaria a entrar em guerra contra qualquer parceiro comercial presente ou futuro. Dizem as más línguas que ele na verdade fugiu da raia porque não tinha arsenal. Quer dizer, armas ele tinha muitas, mas todas falsificadas, assim como a munição. Tudo “Made In Paraguay”.
Se não falei da Argentina não foi por esquecimento, mas motivada pela declaração da presidente, que não entendeu a razão pela qual a Argentina entraria nessa guerra que acontece na América do Sul "e não aqui na Europa". É, né? Aliás, essa foi a mesma lógica do governo chileno.
Não foi desta vez que saiu a guerra. Pena. Eu já tinha armado a rede na varanda à espera do bombardeio colombiano.
3 comentários:
Pena. Eu numa ida à Vigo, consumi uns 25 cd´s de jazz... À espera da guerra...
Cláudia,
Essa foi muito boa! Mas faltou você mencionar a arma secreta brasileira, também proveniente do ritmo de massas: o sertanejo.
A arma seria capaz de aniquilar o sistema auditivo dos nossos inimigos. Depois afetaria o estômago, causando náuseas e vômitos. Seria uma vitória inconstestável.
Gostei da alusão aos argentinos. Nada mais verdadeiro.
Valeu Cláudia! Afiada como sempre.
Dimas
Pô, Dimas, tudo bem que seria uma guerra, mas mesmo assim disparar os sertanejos contra sul-americanos é sacanagem demais, né não? Deixa pra quando a gente entrar em guerra com o Tio Sam... (se bem que eles têm o country... pode ser que a arma não seja tão mortal assim...). Vou pensar.
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