segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dois


Canto em tua homenagem
Algo alegre e sereno
Harmonioso
Com sabor de braços enlaçados
E choro sentido de viúva antiga
Travessura sem idade
Cheiro de pão no forno
Abraço materno
Comida caseira
Satisfação premente
Dores ausentes
Intimidades secretas,
Discretas, corretas, nossas.
Canto em tua homenagem
Como quem te acompanha
Noite afora, escura, assombrosa;
A presença protetora
Justo quando mais precisamos,
Com ternura nos gestos
E leveza nos passos.
Canto em tua homenagem
Som de água corrente
(Perene)
Som de liberdade,
Rara pela franqueza absoluta do termo.
Canto em tua homenagem
O prazer sentido na pele
A sabedoria da imperfeição
A saciedade das descobertas
E a partilha do novo segredo.
Canto em tua homenagem
Amigo, parceiro, querido,
Num sussurro surdo, disfarçado,
Nessa voz que me resta
Por razões que conhecemos
E que só a dois interessa...

3 comentários:

Canto da Boca disse...

Nao conheço Canto mais bonito do que o que assina a intimidade, o amor, a paixao... Lindo demais esses "Dois".
Beijos.

Anônimo disse...

Que beleza, Cláudia!

Palavras que revelam a intimidade mais gostosa, como se fosse um canto, uma voz suave e sussurrada.

Fala mansa e miúda que expõe a intimidade que "só a dois interessa".

Durmo mais romântico hoje.

Beijos,

Dimas

Josias de Paula Jr. disse...

Musical, como sempre! Canto à essência do "amor": a intimidade.