domingo, 31 de maio de 2009

Casa de ferreiro, espeto de pau


Tenho um professor que disse, em tom de "me dei bem", que conseguiu um excelente emprego porque o irmão, auditor da Receita, o pediu ao dono da empresa que estava fiscalizando. Toda a classe caiu na gargalhada. Eu tô doida ou isso é corrupção confessa? Eu tô chata ou é um absurdo isso ser dito por um professor ao seu alunado? Eu tô velha ou é a ética que bateu as botas?

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Uma amiga sofreu um doloroso aborto em fevereiro. Ficou hospitalizada e se submeteu a uma curetagem na época, ficando de repouso e obedecendo a todas as indicações médicas. Segunda-feira passada, voltou ao médico porque tinha uma menstruação forte há 21 dias. E então descobriu: não era menstruação, era hemorragia. A placenta que devia ter sido retirada de seu útero em fevereiro ainda estava lá. Por pouco, não teve uma infecção violenta. E se submeteu a outra curetagem. Quem sabe dessa vez o médico não esquece de tirar a placenta.
Absurdo, dolorido, irresponsável.
Se fosse comigo, eu matava o médico.
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Conheço um sindicato que faz de tudo para não assinar a carteira de trabalho de seus funcionários. A categoria (dos dirigentes sindicais que se negam a assinar a carteira) está se movimentando pra entrar em greve, já que o patrão (deles, e não do funcionário que conheço) se nega a negociar um aumento salarial de R$ 15. E o funcionário sem direito a INSS, Décimo-Terceiro Salário, FGTS, holerite...
Sindicato. Sei.
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Desde que parei de fumar, em fevereiro do ano passado, não paro de engordar. Preocupada, fui a um endocrinologista (esperei quatro meses pra conseguir a consulta pela Unimed). Em menos de cinco minutos, o filho da mãe ouviu minha queixa e passou a receita: três caixas de um desses inibidores de apetite. Eu perguntei se ele não ia pedir exames, ele disse que não precisava, que se via que eu estava sadia. Perguntei se ele não ia tirar sequer minha pressão, ao menos para disfarçar, já que ele tava com estetoscópio pendurado no pescoço como colar. Ele olhou pra mim com a cara de quem diz "tá tirando onda?". Fui embora. E não comprei remédio algum, óbvio.
E ainda tenho que chamar o cara de doutor???
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Ah, e o tal do professor ainda teve a cara de pau de dizer que nenhum político presta, é tudo ladrão. Ele não percebeu (?) a ironia quando perguntei, depois, quando ele tinha começado a carreira na vida pública. Respondeu que político era o pai dele, não ele.
Dorme com uma dessa.

3 comentários:

Magna Santos disse...

Você não está doida não, Ana. O problema é que é a vidraça do outro que está sempre suja, não a nossa.
Ultimamente temos que nos dar por felizes por sofrermos de indignação e não sermos cúmplices de tanta perversão. Mas, o problema também é que isto é muito pouco.
Vale denúncia e firmeza nas atitudes.
Abraço.
Magna

Josias de Paula Jr. disse...

Esse post é um teatro dos horrores! Isso se deu numa só semana?! Caramba!

R. disse...

Às vezes a política está nos lugares mais insuspeitos...

:/