quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Outro Mundo

Dorme, criança, dorme Que o sono irá te alimentar
E os sonhos te trarão o riso
Sem vergonhas ou medos ou remorsos
E irá te afastar um pouco dessa vida
Em que os pesadelos te apanham de olhos abertos
Em que te negam as asas de Ícaro
Embora te empurrem penhasco abaixo.
Dorme, dorme, meu bebê
Pois a vida irá te ensinar que o sono
É a cura para o corpo cansado,
A recompensa do dia-a-dia
Para culpados e inocentes
(Todos iguais antes das cinzas eternas)
O Deus do Esquecimento
Teu momento mais íntimo de privacidade.
Fecha esses olhinhos, menininha,
E desliza para um mundo mágico
Onde não exista abandono nem exploração
Onde sobrem motivos para risos, gargalhadas,
Onde quem já foi pode nos visitar de novo
Abrandando o desespero da saudade
E quem nunca mereceu ter nascido
Jamais poderá ser concebido.
Adormece em meus braços, querida,
Sinta-se protegida hoje e sempre
Para enfrentar as agruras desse mundo
Ou para voar em tua rica imaginação
Ou fazer qualquer coisa que queira
Com a autorização de tua consciência.
Sonhe, querida, sonhe e viva teu sonho.
E saiba que nenhum pesadelo é eterno.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cláudia,

Lindo! E senti como se fosse eu ninando minha filha, no aconchego do braço e do abraço.
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Ah, sono solitário e terno!
De inexplicáveis encontros sonho afora.
Dorme menina, mulher e senhora!
E lembra que nenhum pesadelo é eterno.
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Acho que acabei inspirado.

Beijos,

Dimas