
Sou reflexo.
Não há sentimento em mim
que não haja no outro;
vejo-me no outro,
sou o outro.
Vivo nessa fantasia
de olhar-me noutro corpo;
deste interesse por algo
que é de mim, e que é de alguém,
e que, ao mesmo tempo, é só meu.
Sou espelho, apenas o que me mostram.
Se abaixam a cabeça,
meus ombros a sentem;
Ao olhar dos que amam,
respondo com paixão.
Trate-me da forma que
gostaria de ser tratado
e lembre-se de ter cuidado:
sou sua imagem distorcida,
sua alma em reflexo.
3 comentários:
Cláudia,
Que beleza! Gosto quando você usa versos curtos, pois tornam-se sonoros e marcantes.
Gosto também quando você faz uma afirmação em cima da outra, só que a segunda é ainda mais forte: "Vejo-me no outro, sou o outro".
A propósito, gostei do paraíso que é a sua morada. Vendo aquela redinha deu vontade de tirar um cochilo.
Beijos,
Dimas
Ana, fiquei refletindo sobre a imagem que escolhestes para ilustrar os texto...
Quanto ao texto, forte e anticristão!
Ana, a iconoclasta. Eu diria.
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