sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Lição


É estando só que me revelo
Mesquinharias, grandezas,
Arco-íris sentimentais
Coleção de frustrações
Medo de ter medo
Orgulho, generosidade
Maldades vãs
Preocupações inúteis
Amizades abandonadas
Esquecidas no tempo
Deixadas de lado
Por razões que me são desconhecidas.
Por vezes receio olhar para mim
Para o passado,
Para o que fiz
Por temer não ter aprendido com erros
E prever reinventá-los,
Cotidianamente, conscientemente.
Temo ainda as ilusões
Que não consigo evitar
E assim as alimento para que sirvam
De alimento de minha alma
Sem nem sequer crer em alma.
Muitos temores,
Muitos arrependimentos inconfessos,
Muitas saudades foram e virão. Temo-as.
Temo não resistir,
Temo me abandonar
Temo não ser mais eu.
Temo uma nova identidade
Além das tantas que já assumi.
Temo ter que não temer,
E de falhar quando for preciso.
Temo não ser amada por quem amo
Me entregar de peito aberto.
Eu não era assim:
Não reconhecia medos em mim.
Mas vivi, e a experiência me ensinou
A idiotice que é viver sem medos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu pior momento é quando estou só comigo mesmo. Preciso do outro para me conhecer -- sempre.

Aninha, foi bom ter conhecido vosmecê -- feliz 2008!

Canto da Boca disse...

Medo? Que é isso!? Pense no aço que eu toro comigo e com o mundo?
;)