quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Apagando mais uma velhinha

Juro que procurei uma foto minha, mas não tem nenhuma!
Só encontrei essa da tatoo. Com vocês, minha fadinha Sá.

Há um ano e quinze dias eu iniciei esse blog. Comecei contando o quanto me acho sortuda. Gente, eu tinha tudo para dar errado na vida, e dei mesmo. Mas podia dar errado no mau sentido, e daí me livrei. Gosto da vida que levo, do jeito que a encaro. Sou tão narcisista que amo meu principal defeito, segundo os outros: minha língua afiada - ou, como eu prefiro dizer, meu excesso de sinceridade que exponho assim, de um modo meio irônico e cínico demais para as pobres almas que a experimentam. Gosto de esportes, e o meu predileto é tirar onda da cara dos outros.
Nesses 300 e tantos dias, tratei algumas vezes de política. É mais um vício meu, quase uma cachaça. Digo quase porque, por incrível que pareça, a ressaca da cachaça é maior que a de uma decepção política. As duas ressacas são esperadas, mas, sendo pragmática (palavra da moda, né companheiros esquerdistas?), a da cachaça me dói mais. Além disso, detesto vomitar, detesto dor de cabeça, e detesto ficar estirada na cama morrendo de medo que alguém chegue acendendo a luz ou falando um tantinho mais alto. Ressaca política não dá nada disso. E ainda por cima, demora dois anos para acontecer. Já a de cachaça é muito mais frequente.
Criei o blog - acho que este é o segundo ou terceiro, nem sei mais - para escrever o que me desse na telha e, de rebote, conhecer outras pessoas que só o universo virtual possibilitaria. Consegui. Através do meu ninho conheci gente muito bacana. Algumas pessoas queridas eu poderia até ter conhecido por outras vias, já que compartilhamos de um amigo em comum, o Dimas, e de uma paixão, o Santa Cruz. A Val também fez outra linha de amizade brotar, e por coincidência, ela também é de Olinda e também apaixonada pelo Santa. Mas tem um monte de gente boa que eu só conheço virtualmente, e o blog foi a chance perfeita desses encontros. Valeu a pena, está valendo a pena.
A minha inquietude me leva a uma diversificação maravilhosa de tudo. Morei em vários lugares, conheci vários tipos de pessoas, fiz amizades com tudo quanto é gente, e me orgulho disso. O blog é também uma forma de meus amigos, que hoje estão mais afastados, terem notícia minhas, descobrirem se estou bem ou mal, se estou calma ou com o foda-se ligado. Sei disso porque quando estou demonstrando que liguei o foda-se, nenhum deles me telefona: contentam-se com um prudente e distante e-mail. São inteligentes, os meus amigos.
Então, pra resumir, queria somente acrescentar que o blog é uma válvula de escape para mim, uma maravilhosa válvula de escape. Afinal, como está descrito aqui, "este aqui é um espaço para dizer, retratar, revelar. Espero criar um hábito e, quem sabe, também amigos".
Missão cumprida - e comprida, porque continua.

6 comentários:

Anônimo disse...

Claudinha,

Foi uma grande satisfação encontrá-la na blogosfera. Acompanho seus escritos desde o Diário de uma Adoradora, que fechou as portas praticamente no mesmo momento em que eu cheguei. Mas não me senti órfão por muito tempo, pois você, mais que depressa, abriu este espaço.

Aqui te redescobri. Cheguei a te dizer isso pessoalmente na sua última passagem por Recife.

Descobri um talento que eu não conhecia aliado ao deboche e fina ironia que eu, aliás, já curtia de longas datas.

O seu Ninho para mim faz jus ao nome, pois é um esconderijo, um retiro, uma loca, um abrigo.

Missão mais do cumprida, caramadinha!

Vida boa é ter um ninho pra chamar de nosso.

Parabéns e continue na luta, pois do lado de cá, a gente agradece.

Beijos,

Dimas

Anônimo disse...

Ah, esqueci o mais importante: o meu presente para o Ninho será uma nova cara, ao seu gosto. Farei com o maior prazer. Basta você dizer quando.

Beijos,

Dimas

A Autora disse...

Dimas,

Muito obrigada pela sua assiduidade e pela força que você me dá, tanto aqui quanto no TC. É muito bacana.
E o novo blog, a gente já pode ir pensando. O ritmo do trabalho começou a diminuir, e faltam menos de 20 dias para eu voltar a ser uma pessoa livre. A gente pode ir conversando pela net ou, se você preferir, a gente pode bolar o blog nos 15 dias que eu vou passar em Recife.
Estou à disposição!
Obrigada!

Anônimo disse...

Oxe, voltasse a escrever, ô foda-se ligado (gostei dessa expressão)?! Que bom! E parabéns pelo blog. Ser desbocada e doce, ao mesmo tempo, é uma virtude explosiva, minha cara Aninha Claudinha.

Beijão.

Canto da Boca disse...

Depois da leitura, fechei os olhos e ouvi cada risada sua (nossas); nossas conversas (alguams sem pé nem cabeça - deliciosas); vi os olhares (dos tronchos a tirarmos onda da cara de alguém aos emocionados e encorajadores); o cabelo voando livre (que nem a dona) no vento; o andar desengonçado mais elegante do mundo, dado à altura da pessoa... O posicionamento político-ético-social-estético-etílico-e-outros-que-mais...
Se não houvesse uma assinatura aí, saberia apenas no tato, sem nem usar o braille, que esse texto é seu, porque ele transpira você em cada letra.
Um texto é mesmo a imagem do dono.
Saudades em excesso na bagagem, na volta ao Velho Mundo...
Mas queria dizer ainda que a sua inquetude é contagiante, se algum desavisado e desavisada achar que perto de ti, terão rotinas tediosas, estarão perdidamente enganados.
Meu beijo é do seu tamanho!

A Autora disse...

Artur, você certamente é uma das pessoas que fizeram com que valesse a pena a existência do blog. Você é uma pessoa querida que me foi dada pelo ninho. Obrigada.

Mana Val,
Você a-do-ra fazer minha muralha desabar, né? Choro que só a gota quando você escreve essas coisas pra mim, e você sabe disso. É de propósito, aposto! Te amo, viu? Morrendo de saudade. Doida que esse doutorado se acabe... Obrigada de tuia.