Olhava-se através de olhos estranhos
E extremamente críticos
Quando não sedutores.
Usava o que não gostava
Paria quando não queria
Chorava escondido
Ressentia-se de tudo.
Adotara a religião da mãe
O time querido do pai
As manias do irmão
A tristeza do marido
O futuro distanciamento dos filhos
A ilusão da telinha
O sorriso estudado da atriz
A gula do faquir.
Era fraca e fingia.
Ela própria se condenava
E se envergonhava
De ser quem era.
Escondia de si mesma
A sua vida que nunca foi sua.
Preferia ter donos,
Regras, impedimentos.
Igual a tantas,
Igual a muitas.
Um vício sem cura:
A mesmice de sempre.
2 comentários:
adorei a leitura, a manerira de escreveer e ate a sublimesa dos versos...
da um saltinho no meu blog: http://as7pedrasdoamor.blogspot.com
saudações poéticas
"...de sempre" é a pena afiada e a agudez da descrição poética!
E tal ser que ne nega emerge numa quinta-feira pós-carnaval...
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