domingo, 10 de fevereiro de 2008

Espera


(Para os meus amigos Dimas e Lenira)


Mal vejo a hora de ouvir teu primeiro sinal nesse mundo
A tua resposta à agonia da incompreensão
Dos toques estranhos, do tato,
Da liberdade súbita do corpo
Do arrancar violento do ninho que te protegeu por nove meses
Resposta à luz, aos sons, à vida.
Conto os dias que faltam para que te possa ninar
Te levar no colo, te acalmar as dores,
Admirar teu primeiro sorriso
Reconhecer os sinais de tua fome
Reconhecer o eu que há em ti
E o quanto da pessoa amada tu herdastes.
Vou te olhar até cansar, e nunca cansarei.
Pelo teu rosto, teu porte,
Irei imaginar mil e um futuros
E em todos serás saudável, feliz, apaixonante
Pois é isto que desejo para ti,
Em gratidão por seres filho meu.
Te amarei sempre, sempre,
Com tal intensidade e dedicação
Que jamais terás razão em duvidar deste amor.
Mal vejo a hora de olhar teu corpinho miúdo
Te pegar no colo e anunciar ao mundo:
"Eis a razão de minha vida: meu filho".

____________________

(Alteração para Dimas:
Mal vejo a hora de olhar teu corpinho miúdo
Vestir tua primeira camisa do Santa
E anunciar no Arruda: "Eis, é tricolor!")

3 comentários:

Anônimo disse...

Cláudia,

Emocionante demais! Melhor homenagem eu não poderia ter, principalmente vinda de amigos tão verdadeiros.

Aproveito e peço-lhe a permissão para publicar no Estradar e no Torcedor Coral (com a adaptação providencial).

Um abraço comovido.

Dimas
www.estradar.com

A Autora disse...

Dimas,
Você só tem que pedir autorização a Lenira, pois o poema é de vocês dois.
Felicidade, camarada!

Anônimo disse...

Cláudia,

Vem aí mais um sobrinho pra vocês curtirem, mesmo que à distância. Os sentimentos de mãe vão surgindo em mim aos poucos ou aos montes, dependendo dos hormônios de cada dia.É estranho, também, ver que as alterações do meu corpo não dependem mais só de mim, mas principalmente de Maria Luiza que cresce a passos largos. Já imaginamos, eu e Dimas, muitos sorrisos, choros e carícias. É tudo novo e cheio de expectativas!
È uma nova fase que aguardamos muito e que de certo diremos em fim "Eis a razão da minha vida: meu filho".
Um abraço grande!
Lenira.