É algo gigantesco que se apossa
sem que se perceba, nem se espere.
É acordar possuída, tendo dormido liberta.
É não querer querer coisa alguma.
Olhar o teto por horas,
incapaz de perceber a teia;
imaginar o dia desejando ser noite;
sentir-se destruída, inóspita, tensa.
É a dor na cabeça, no corpo, nas pernas,
o espírito transfigurado, irreconhecível,
desrespeitar preceitos, conceitos, ética,
o palavrão como hino e pedras como bandeira.
Um ódio sem razão ou explicação,
uma lágrima saída não se sabe de onde,
raiva do mundo, raiva de todos, raiva de si:
inspiração para o instinto bruto.
É olhar e não reconhecer o "meu",
sendo o meu eu mesma
que se reflete alvoroçado
sem ordem, sem obediência, sem pena.
Ver o sol nascer e torcer pelo aborto
num céu cinza chumbo tal qual o humor
de uma tempestade, uma ventania,
raios, chuva, trovões.
Ouvir o que se ouve todo dia
e estar certa de que se ouviu demais
e que se calou demais e que a hora exige
o grito, o não, não quero, não vou.
É o desperdício por entre as pernas
uma dor desnecessária
para quem renunciou desde cedo
às possíveis vantagens do tal ser.
É estar entregue a uma fusão de sentimentos
que você sabe não serem seus;
É um ódio, ódio por ter que sentir tanta dor
por simplesmente ter nascido mulher.
6 comentários:
Se você ligar para a Farmácia dos Pobres, eles levam aí em Alfenas, sabia? Atroveran, Anador, Buscopam, o que quiseres.
TPM.
;)
Rápida no gatilho, hein? Meu irmão me proibiu de conviver com a família nesta noite. Mandou que eu fosse dormir. Sábio irmão. Mas cá estou, acordadíssima...
Bem... er... ficarei quietinho no meu canto. Nada de comentário. Tenha a minha solidariedade (não é analgésica, nem antiespasmódica, mas é o que tenho à mão nesse momento -- hehe). Abs.
Artur,não sendo analgésico, qualquer consolo a mais de dois metros de distância de mim é bem vindo!
Artur,
A pergunta é: há terapia para TPM? É só uma dúvida.
Dimas Lins
Não responda, Artur. Isso é exploração. Dimas, paga a consulta!
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