segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fábula Pseudo-biológica


Num lugar não muito distante, existe um reino onde os instintos primitivos imperam, a natureza é a irmandade adorada, onde não há medo: o Reino Monera, habitado por organismos muito simples, de estrutura unicelular procarionte, autótrofos ou heterótrofos.
O Reino Monera é atualmente dividido em dois ramos distintos: a divisão Schizomycophyta - que compreende as bactérias -, e a divisão Cyanophyta, formada pelas algas azuis ou cianofíceas.
As algas azuis são mais respeitadas no reino que as bactérias, pois conseguem realizar a fotossíntese, embora não apresentem plastos, apenas lamelas fotossintetizantes. As cianofíceas possuem uma extraordinária capacidade de adaptação aos mais variados e extremos ambientes.
Já as bactérias são tratadas como verdadeiros marginais, coisa que merece desprezo. Isto porque a maioria delas (veja bem: a maioria, e não todas!) apresenta nutrição heterótrofa, vivendo principalmente como parasitas de organismos vivos ou decompositores de cadáveres. As bactérias parasitas são responsáveis pelo surgimento de inúmeras infecções em plantas e animais. Mas há um tipo de bactéria muito pior, a que alimenta o inimigo, e portanto, a que conspira contra a vida de suas irmãs (inclusive das mimosas algas azuis): as bactérias decompositoras são responsáveis pela reciclagem de matéria orgânica na natureza, ou seja, facilita a vida do inimigo comum de todos os reinos dos organismos vivos, o homem. As bactérias precisam do homem e do lixo que ele produz.
Mas tudo - dizem os jornais bacterianos - não passa de intriga da oposição. "Algas azuis produzem fotossíntese, mas são as bactérias que garantem o alimento", argumentam os pós-doutores bacterianos. Defendem-se afirmando que "as bactérias representam a maior parcela do material vivo deste planeta e também possuem capacidade extraordinária de reprodução. Deduz-se, portanto, que são as responsáveis pela maior parte das trocas químicas realizadas entre os seres vivos e o planeta".
Ninguém sabe o que originou o "apartheid". As bactérias chamam as algas de "dondocas européias". As algas chamam as bactérias de "povo", "plebe", "pobres". A população de algas é imensa. Mas não chega a ser nem a 10% da população de bactérias.
Donde conclui-se: não se sabe porque razão as bactérias aguentam os desaforos das algas. Mas um dia essa mamata pode acabar.

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PS: se houver alguma imprecisão relativa a termos e informações científicas, perdoe. É que sou jornalista, e como diz jocosamente um amigo meu, jornalista não precisa entender de nada, basta transcrever a gravação (PS do PS: transcrever ou copiar informações do google, o que eu fiz aqui).
PS2: Se algum jornalista ficou ofendido com a gracinha do meu amigo, perdoe. E se não quiser perdoar, processe. Mas sou jornalista, tenho o direito de preservar a identidade de minhas fontes. Hehehe.
PS3: viu como jornalista pode ser sacana?

2 comentários:

Anônimo disse...

Cláudia,

Você foi muito longe e com categoria. Há similaridade entre esse universo de algas e bactérias e um certo universo que conhecemos.

Aliás, dá para a gente relacionar com muitas coisas atuais. Basta escolher.

Acrescento que fiz uma pesquisa (com base em dados científicos nenhum, mas sei que ninguém vai correr atrás para confirmar) que diz que as terminologias que você utilizou está absolutamente certa... ou não.

Dimas

Josias de Paula Jr. disse...

O problema é que, muitas vezes, as bactérias só são notadas quando apreendem rolex alheios...
Grande sacada essa fábula!