segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Um ano livre da droga


Onde moro não tem cinema. Nem lanchonete ou restaurante de rede. Não tem shopping. Se há algum bar interessante, não conheço. As propagandas locais não conseguem nem me induzir a beber um copo de água num forte dia de calor. Os jornais não conseguem nem se esforçam para se libertar do velho esquema de assessoria. A única livraria que conheci aqui - uma Nobel, da rede! - não passa de três fileiras de estantes entre a porta de entrada e os guichês lotéricos ao fundo da loja. Para ser justa, tem um sebo bem decente, com biscoito fino a preço de feira.
Nunca havia morado em lugar tão pequeno assim. Tem a praça da matriz e várias outras pela cidade. Lanchonetes, lojas de roupas e calçados, lotéricas, sorveterias, agências bancárias ficam no entorno da praça principal. Tem duas universidades, uma pública federal e outra privada, o que garante público de segunda a sexta e quartos vazios no sábado e domingo.
Convivo nesta cidade, mas não moro nela. Moro em sítio. Montamos uma comunidade pernambucana em Minas. A mistura vem dando certo. Eu tenho minha casa; meu irmão e a família ocupam outra; duas famílias de caseiro vieram, e cada qual tem sua casa. Tudo no mesmo sítio, que tem internet, DVDs à vontade, CDs e livros até enjoar. Tem o espaço físico muito bonito, os animais que adoro. Sossego tem de sobra. Piscina para os dias quentes. E, principalmente, um clima fantástico entre todos nós, moradores.
Beleza. Só não consigo é me desprender completamente das facilidades da cidade grande. Do fundo do coração, sinto falta de um shopping com uma boa sala de cinema com uma loja do Mac Donald´s ao lado, e uma livraria decente onde se possa matar o tempo e a conta bancária.
Digo a mim mesma que isso vai passar. Não se livra de um vício como o consumismo assim, de uma hora para outra. Já completei um ano sem consumir um único capuccino em shoppings. Olho meu saldo bancário e tenho a certeza de que não irei gastar futilmente por mais um bom tempo. Vejo meu cartão de crédito cortado ao meio (uma espécie de símbolo da minha luta) e renovo as esperanças.
Pego uma cerva, enrolo um, boto um filme pirateado no DVD, deito na cama Ortobom, passo hidratante do Boticário no corpo, um hidratante da Natura no rosto, olho meus livros da Saraiva em cima da cômoda da Tok&Stok junto com minha carteira de Carlton e repito para mim mesma: não ao consumo!!! Só hoje não vou gastar! Não às drogas!!!

10 comentários:

Alda Inácio disse...

Alô amigo, os blogueiros unidos temos atribuido trofeus simbólicos para os visitantes e isto acontece devido à prática de visitas, quanto mais a gente visita outros blogs e deixa mensagens mais as pessoas visitam nossos blogs e assim a gente sabe que o nosso blog é vivo pois sem visitas ele é morto, venha participar, abraço Alda Inacio

Ricardo Soares disse...

pô ana... adorei as utilidades do marco maciel , comentário que vc colocou no meu blog...adorei ... tô pensando em transformar em post dando a autoria pra vc ...posso ???
bacio, ricardo...
ps.já descobriu nossas afinidades??? começam pela cor do blog né ??

estou pensando em te linkar...posso?? me linka tb darling??

Ricardo Soares disse...

pô ana... adorei as utilidades do marco maciel , comentário que vc colocou no meu blog...adorei ... tô pensando em transformar em post dando a autoria pra vc ...posso ???
bacio, ricardo...
ps.já descobriu nossas afinidades??? começam pela cor do blog né ??

estou pensando em te linkar...posso?? me linka tb darling??

A Autora disse...

Ricardo, "linkadum est". Fique à vontade com o comentário do MM (não o chocolate, mas o fininho).
Valeu!

Ricardo Soares disse...

estás linkada tb... e aguarde post sobre o MM ( marco merda...hehe) bacio
ricardo

Anônimo disse...

Feliz ou infelizmente, sou completamente urbano. Vivi sempre em apartamento. Quando queria casa ia na casa de vovó. É estranho, mas adoro cidade, inclusive até mesmo de seu alvoroço. Não tenho instintos bucólicos, mas gosto de cidade praieira. A única coisa que não gosto mesmo de cidade e a violência. Pena que as cidades brasileiras foram destruídas pela violência. Sinceramente, você parece urbana, Ana.

Canto da Boca disse...

Ai, ai. Antes dei risadas, a verve da mAna, anda cada vez mais apurada.
Apesar das 'marcas', algumas cousas são absolutamente necessárias, como os livros, as músicas, etc... Apesar de urbana, não tenho mais pique para o caos das grandes cidades, estou sonhando com a minha nova parada, a cidade tem menos de 300 mil habitantes, a cidade funciona especialmente em torno da universidade, além dos elementos históricos pelos quais sou apaixonada. Que venha o futuro.
Beijos.
;)

A Autora disse...

Artur, você está certíssimo. Sou urbana pra caramba. Mas é que eu vivo testando outras formas de viver e o cenário rural foi o que escolhi agora... não prometo viver nele, mas que estou surpreendentemente gostando, estou. Sinceramente.

E vc, Dona Boca... é covardia. Você vai para o paraíso e ainda levando´o príncipe encantado, companheira! Se não gostar, passa, tá?
Beijos!

Reginacelia disse...

Sorte sua!

Anônimo disse...

taí !!

não sabia que deixar um comentário fosse significativo assim.

ficava até acanhado de estar sendo meio intruso numa roda de amigos.

conheci o mundo dos blogs há muito pouco tempo e ainda sou leigo total nos códigos, figuras de linguagem e netiqueta.

me desculpem de pareci antipático, foi por não saber.