quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Para João


17 de outubro de 2007. Meu irmão caçula está fazendo 28 anos. Será que ele já sabe disso?
João continua a ser uma figura ímpar. Hoje, por exemplo, ele escolheu passar o aniversário entre hospital e casa. Resolveu peitar uma pedra no meio do caminho, e não estou falando em metáfora. Não é Drummond; é João Ricardo mesmo. A pedra estava lá, no meio do caminho, e ele de moto. O que um adulto faria? Tudo bem: o que um homem de 28 anos faria? Desviaria a moto, simplesmente. Mas João é João. Peitou. E caiu. Resultado: fissura no ombro. Oh happy day, maninho.
Nada que eu possa falar aqui traduz melhor João do que esse exemplo. É real, não fruto da imaginação ou exercício literário. Ele é assim mesmo: parece ter saído de um livro infantil; uma personagem com sérias dificuldades em admitir a saída do mundo infantil. Peter Pan olindense: João Ricardo.
Há uns anos ele resolveu brincar de boneca, só pra conquistar uma Wendy. E eis que Wendy passou, a boneca ficou (ou melhor, o boneco, lindo!) e taí: João não consegue dormir sem estar abraçado a ele. O nome do boneco bem que podia ser Grilo Falante, a consciência do Pinóquio. É, como todo garoto, João tem um bocado de Pinóquio também. E Bruninho tem um bocado de responsabilidade (alguém tem que ter isso dentro daquela casa).
Eu os amo muito, tanto Peter Pan quanto Grilo Falante.
Todos os anos, nesta data, escrevo algo para ele. Estamos distantes, é mais fácil e barato. E todos os anos, invariavelmente, tanto falo da sua meninice quanto do meu amor por ele. São incondicionais. Tenho a impressão que daqui a uns doze anos estarei na frente de um computador tratando dos mesmos temas, qualidades e defeitos.
É um pedido, viu, João?
Outro pedido pra você: sare logo. E venha me visitar em breve. Estou morrendo de saudade.
Um imenso beijo, meu irmãozinho sem juízo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns ao meu amigo João, tão bem descrito por quem o conhece como a palma da mão. Aliás, possivelmente Cláudia conhece mais João do que sua própria palma da mão.

A família Nogueira mora em meu coração e faz uma falta danada nesse mundo velho e besta.

Um abraço João. Que idéia besta é essa de se acidentar?

Dimas

Canto da Boca disse...

Talvez tenha sido a declaração de amor mais linda que já ouvi, ou melhor, li. Quero dizer, a segunda, a primeira foi/é do meu amor, que me acorda dizendo: "apesar de vc ser muito chata, eu amo você assim mesmo". O amor é lindo, em todas as formas.
Te amo também, maninha.
Estou a mil, arrumando as últimas cousas, talvez possamos nos falar amanhã? Msn? ME informa sua hora??
Beijos.

Ricardo Soares disse...

há uma mensagem pra ti lá no meu blog... no post "ciro nascimento"
bj, adoro a cor que vc usa no seu blog... pq será né ???
ricardo