quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Cartão de excelente festa
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Debute
E cultivar paixão pela dúvida
Despertar o faro para os dois lados
Encontrar as razões de cada um
Ouvir os argumentos:
Lê-los nos olhos dos outros
E respeita-los,
Mesmo que ridículos ou inúteis.
Quero me importar ainda menos
Com temas que não me importam nada
E quero investigar mais a fundo
As causas das ações inumanas
Que todo humano pratica
E os motivos moribundos das leis
Feitas para não serem praticadas
Feitas para serem só castigo.
Em 2010 desejo que brote em mim
Nova onda de curiosidade e conhecimento
- Nova tentativa de compreensão –
Talvez um novo posicionamento no mundo
Percepções mais aguçadas e abertas
Explorações até intestinais.
O fim de um ciclo:
Uma readolescência.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Cara a Cara
O devaneio fenece
E volto a me ver no mundo efetivo
Aquele, sem segurança ou facilidade,
Sem espaços para o ser-eu
Habitado por marginais do sistema
E marginais ao sistema
Ou um ou outro, inefável.
O mundo do ter-que
A vida das máscaras
Os espantalhos embutidos
Palhaços sem caução
Arlequins ridículos e seus amores dramáticos
Prostrados por profissão.
A lei do ter-poder
Do parecer ao ser
Da nudez mental
Escondida em velhos hábitos
Eternos hábitos humilhantes
Malditos hábitos e habitantes.
O mundo efetivo
Movido a prazeres bizarros
A desprezo constitucional
A abandonos consagrados
A forças irreais, inexplicáveis,
A ações tão inumanas.
Desperto minhas aptidões
Constrangida pelas peças que já encenei
Nesse palco-formigueiro
E de olho nas máscaras de uso constante.
Escolho uma, visto, e escrevo.
O devaneio fenece.
domingo, 22 de novembro de 2009
Boleto Social
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Aos meus meninos
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Adaptação
Não entendo esses homens
Que estando tristes sorriem
E insatisfeitos se acomodam
Como se a vida assim exigisse
Como se não fosse opção
Como adestrados que são.
Não entendo essas pessoas
Que adoram o castigador
E mesmo em meio à dor
Oram dando graças
Quem sabe por suas desgraças
Com as quais as abençoou.
Não entendo essas mulheres
Escravas da perfeição
Que julgam não ser quem são
Poderosas por natureza
Sonham com a submissão
De título cartorário e pensão.
Não entendo nem a mim
Ora homem, ora pessoa
Ora mulher, ora eu mesma
Que nem sei o que vim fazer
Nesse mundo deslumbrado
Da poderosa São Paulo...
Eu vivo na Liberdade.
sábado, 14 de novembro de 2009
Quando o mofo dá... mofo deu.
Sendeiro
Quanto mais me calo, mais dói
Mais nego e ainda renego
Mais me desconheço e desconfio
Que o volume alto de minha voz
Tem sua razão de ser.
Estranho o silêncio que me sai
E me esconde entre o impulso e a necessidade
De um jeito jamais esperado
Com a desculpa de falta de voz
Quando o que falta é coragem
E eu sei – e isso basta.
A palavra não-liberta
Ainda não é essa que agora vaza
E talvez seus grilhões
Sejam, afinal, de puro ouro:
Mais firmes que minha vontade
Mais duros que minha coragem.
Essa conversa de enigmas
Entre cérebro e estômago
Não ousa sair da garganta
Mas regurgita ácida
Queimando tudo por dentro
Sufocando-me.
Por ora me contenho mais um pouco
Pois sei que meu eu
É mais forte que esse outro meu eu
E não há ouro que resista à explosão que segue
O momento de minha retomada:
- Cá estou. De volta. Aos berros.
De volta ao pugilismo
__________________________________
LI OS NOMES DOS NOBRES DEPUTADOS QUE COMPÕEM A BANCADA DE OPOSIÇÃO E FIQUEI COM UMA DÚVIDA:ISSO É UMA BANCADA OU UMA QUADRILHA?
Não faço a menor ideia de como vcs conseguiram meu email e nem por que o cadastraram, mas exijo a retirada de meu endereço desse mailing imediatamente.
_____________________________
Só a título de esclarecimento: não morro de simpatia por Dudu, e nem estou acompanhando o seu governo. Portanto, a resposta não se trata de defesa do atual governo do filho de Francisco, é só uma resposta aos filhos de chocadeira que - estes sim, e infelizmente - eu conheço bem.
Ah, merda. Tô quieta no meu canto e os caras vêm me provocar. Pau no toitiço. Apagão neles.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Lúgubre
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Seda
Ciente que a linha da vida
Uma vez se acaba
- Uma vez só...
E que o tecido escolhido
Sempre poderia ser melhor
Ou pior.
Costuro meu manto colorido
Com afinco mas sem pressa:
Alegria demais se acaba
- Ou descostura.
Embora sempre inacabado
É este o manto que já me cobre,
É este o manto que me sustenta.
Costuro o manto imenso
Mesmo sabendo que o arremate
Me será sempre negado
- Eu, mortal.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Avohai!
Tenho muita curiosidade de saber onde essa moda do politicamente correto, por força até de lei, vai parar.
O uso da camisinha passará a ser rigorosamente fiscalizado?
Churrascaria com carne gorda vai virar sinônimo do que hoje é uma boca-de-fumo?
Hamburguer vai dar pena capital?
Ter mais de dois filhos vai condenar o casal ao manicômio judiciário?
Pintar o cabelo de verde pode significar multa + prestação de serviços comunitários?
Sair no frio sem vestir casaco será delito?
Fazer filme pornô será crime punível com castração?
E prostituição, só será permitida se o cliente assinar a carteira de trabalho do/a profissional?
E tudo o que a gente escrever, só será ortograficamente aceito se colocarmos as duas opções do gênero?
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Padrão
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Você pode fumar baseado na lei do Serra
sábado, 1 de agosto de 2009
Fim de férias
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Acaboooooouuu... e estou aqui pra contar.
Mas... e as festas juninas? Não vi nem sombra. Apenas um resquício dos mais desagradáveis: barulho de fogos. Se bem que não tenho certeza se foram fogos juninos mesmo ou se foi a torcida do "curíntia" comemorando um quilo a menos de seu novo ídolo de infância depois do Tevez, Ronaldinho.
Senti falta da festa junina, a minha predileta. Falta de dançar forró naquele friozinho de Caruaru, aquele colorido das roupas, as comidas!!! Para o desespero não ser maior, comi cuscuz, pamonha e canjica, milho verde cozido e assado. Só que o gosto não é o mesmo, definitivamente. Fogueira não fiz, e só agora é que me dei conta de que poderia perfeitamente tê-la feito.
Sequer assisti às manjadas reportagens televisivas sobre a folia que deveria estar correndo solta em todo o Nordeste, e especialmente em Caruaru e Campina Grande. Nada, nada, nada. Pra não aumentar ainda mais a saudade do que já foi - e que (sei) dificilmente seria de novo.
Ainda bem que Junho acabou.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Muito mais que vaidade
sexta-feira, 26 de junho de 2009
O papel do diploma
O que isso muda em minha vida? Pouca coisa, para não ser idiota ou arrogante o suficiente para dizer que não muda nada. Já tenho currículo e nome, e se de repente eu ficar desempregada, certamente não vai ser pela inexigibilidade do diploma. Isso não tem a menor importância no meu ramo, que é a política. Aqui, o que vale é o resultado, e isso eu tenho pra mostrar.
Para quem está estudando ou iniciando a carreira, vai ser barra conseguir uma vaga num mercado de trabalho que há anos privilegia a contratação de estagiários, muito mais baratos que os salários básicos dos profissionais. A diferença agora não vai ser mais o título, e sim a seriedade da empresa e a capacidade do trabalhador.
Por tremenda ironia, só na segunda-feira passada eu pude colocar as mãos no meu diploma. Eu nunca o havia requerido, e nesses 20 anos de trabalho ninguém nunca exigiu que eu o mostrasse. Como agora resolvi fazer um MBA, a universidade pediu e eu requeri. Brinco, dizendo que nem o STF quer mais o meu diploma (é papel de folha única, e não folha quádrupla como imagino que tenha nos banheiros dos ilustres ministros). Só brincadeira, claro. O diploma continua fazendo a diferença.
Sou mesmo a favor da inexigibilidade do diploma. Com exceção para aqueles que pretendem trabalhar com saúde, nas áreas de engenharia (altamente técnicas), com educação, e para quem quer ser cientista. O resto é balela, inclusive o disputado curso de Direito (que também cursei). Sabe ler e interpretar? Então pode ser um bom advogado. Ou até presidente do STF. Igualzinho a jornalista. E a cozinheiro. E a Relações Públicas. E a motorista. E a publicitário. E a bacharel em Comércio Exterior. E a Economista. E a dezenas e dezenas de outras profissões.
A técnica profissional pode ser adquirida com mais ou menos facilidade, dependendo da “vocação” e da obstinação de cada um. Só não sei ainda como resolver o problema da ética, cujo vestígio a gente só tem algum contato nas universidades.
Em muitos casos (mas não em todos), a exigência do diploma não passa de reserva do mercado. “Eu cursei, estudei, e por isso tenho direito a uma vaga no mercado do trabalho” – essa lenda urbana já era, como a maioria dos funcionários públicos e bancários comprova.
De qualquer forma, eu não abriria mão de fazer um curso universitário de jeito nenhum. Independente de ser exigido diploma ou não. Porque a universidade deve ser muito além de um mero passaporte para o mercado de trabalho. Universidade é academia, é lugar de estudos, de troca de idéias, de abertura de cabeça para o mundo além do nosso umbigo e de nossa sempre medíocre visão. Fundamental para mim, uma anta que se espanta com o óbvio todo santo dia, e que precisa ser provocada para pensar (porque pensar dá preguiça mesmo).
Inexigibilidade não significa proibição. Quem quiser estudar, se preparar melhor, vai ter sua chance de estudar na sua área de conhecimento predileta. Os cursos continuam - se bem que as faculdades da moda devem chorar a perda de interessados, o que eu considero uma vantagem da decisão do STF. Aquele que tem vocação para uma profissão pode querer se preparar melhor na universidade.
Agora... a defesa foi pífia demais. Defesa da liberdade de expressão? Uai... desde quando o jornalista impede a liberdade de expressão? Os jornaizinhos estão aí pra desmentir essa tese. Os jornalistas (e empresários da comunicação, principalmente) podem manipular a expressão da opinião, é verdade. E a vacina contra isso é processo judicial. E essa verdade não vai mudar em nada com a inexigibilidade do diploma, diga-se de passagem.
Pra terminar: espero que a FENAJ e os sindicatos de jornalistas não estrebuche muito com a decisão do STF. Porque a inexigibilidade do diploma já era uma realidade para a maioria absoluta dos meios de comunicação que não estão em grande destaque. Se um não-jornalista for atuar como jornalista da Folha de São Paulo, os sindicatos caem de pau. Mas ignoram solenemente as redações do interior do país (inclusive o interior de São Paulo) entulhadas de não-jornalistas. Quando eu fiz a denúncia, recebi como resposta: “é fogo, né? Os caras não contratam jornalista pra não pagarem o salário certinho”. “Sim, mas o que vocês vão fazer quanto a isso?”. “Vamos tomar as providências”, garantiu-me o burocrata sindical. Claro, nenhuma providência foi tomada. Nunca.
Agora, não chiem.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Viver de novo
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Sobre limites...
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Que Paraíso???
Há coisas na vida que deixam a gente muda. E sem vontade de nada.
Mas deu vontade de contar a vocês a história de Lilith. Tirei da Wikipédia. Inté.
Lilith (לילית em hebraico) é referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois a ser descrita como um demônio.
De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal.
Assim dizia Lilith: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.’’ Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou que essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre a mulher, dessa forma abandonou o Éden.
Três anjos foram enviados em seu encalço, porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar.
Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.
No período medieval ela era ainda muito citada entre as superstições de camponeses, como deixar um amuleto com o nome dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf para que ela não o matasse, assim como acordar o marido que sorrisse durante o sono, pois ele estaria sendo seduzido por Lilith.
A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma categoria de demônios ou espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.E.C.
Ela é também associada a um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash) ela é referida como uma espécie de demônio.
Talvez dada a sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da bíblia, na Bíblia KJV ou King James Version. Ali está escrito, em Isaías 34:14 que ... the screech owl also shall rest there. É preciso salientar, comparativamente, que na renomada versão em língua portuguesa da bíblia, isto é, na tradução de João Ferreira de Almeida, esta passagem relata que ... os animais noturnos ali pousarão, não havendo menção da coruja[1], como é freqüentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no mundo lusófono atual).
Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas. A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem saía com vida.
Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aberto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com a vagina segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.
Pensa-se que o Relevo Burney, um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer sexual.
Algumas vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.
Nos dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma notável transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith, e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos, em um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora pragas, depravação, homossexualidade e vampirismo. Podendo ser citados também os nomes de Johann Wolfgang von Goethe, John Keats, Robert Browning, Dante Gabriel Rossetti, John Collier, etc...Lilith também é considerda um dos Arquidemônios símbolo da vaidade.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Sombrio
Um sonho indiscreto
Povoa meu anverso
O lado do emblema,
Perverso,
Tão-somente contido
Neste pobre universo
Que existe
Latente
De renegado progresso
Visto que problemático
(Diria até que enfático)
Em meu sonho indiscreto.
Levanto asas ao léu
Desnudadamente,
Sem culpas a pesar.
Companheiros ao longe
E eu aqui de cima,
Adivinhando passos,
Brigas, atitudes,
Reversos e lágrimas.
Nada de risos,
(De sonho, só o meu).
Inúteis asas,
Tarô do breu.
Ilusões desfeitas,
Dramas revelados,
Desaparecem as asas
E eu caio.
A Terra com seu fórceps
Aguarda o corpo
Para a última estrada
(A vida).
Sei que minha morte
Será arrancada de mim,
E isso me apavora.
Jamais quis nascer
(Quero apenas voar, e não ver...)
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Gélido
Hoje está frio, escuro, cru.
O fim ronda os cantos
Lembrando das inutilidades
Que atormentam
E os verdadeiros valores
Que renegamos em nome do nada
Que pensamos ser o tudo
Até que chega o fim.
E a gente morre
Frios, roxos, gelados.
Crus. Não-vivos.
Belos, e não-vivos.
Insensíveis e sós,
Nós. Todos nós.
Juntos e sós.
Hoje ou amanhã,
O fim ronda os cantos
E nos alcança.
A gente aguarda, só.
E sós.
Hoje está muito frio.
domingo, 31 de maio de 2009
Casa de ferreiro, espeto de pau
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Bad Trip
Estou entre uma vontade desgraçada de ler e um medinho danado.
O que será que a Mônica jovem vai fazer com o Sansão? Rodar na cabeça do Cebolinha é que não vai (maior mico, né?). Namorar o Cebolinha? Putz, o cara é um idiota e a Mônica tem o maior potencial. E os dentões, será que algum dentista ia colocar aparelho nos dentes da moiçola? Será que ela prestou vestibular para Engenharia ou descambou para um curso técnico de cabeleireira? Já pensou a Mônica depiladora???
E o Cebolinha? Bem, é provável que ele continue fazendo mil e um planos maquiavélicos e fracassados, já que isso parece fazer parte da personalidade do rapaz. Tem pinta de marqueteiro, concorda? Um jovem tímido, inseguro pelas constantes leplovações pela dificuldade com as letlas tlocadas. Ai, são péssimas as perspectivas do adulto Cebolinha (como sempre indicou o apelido ridículo).
E o Cascão, já perdeu a mania de não tomar banho? E o que vai ser do Cascão amadurecido e limpo? Tem o maior jeitão de malandreco, né não? Não consigo vislumbrar a profissão do Cascão, mas acho que ele vai se afastar logo da turma e vai continuar adorando jogar bola pro resto da vida. Não vai ser esportivo. O Cascão vai ser representante comercial, pronto: viaja muito, faz muitas amizades, tem bom papo, é inventivo... é isso mesmo, Cascão vai ser representante comercial.
E a Magali? Das duas uma: ou vai ser modelo ou vai ser veterinária. Vai ser uma espécie invejada: a mulher que come tudo e não engorda jamais. Vai ser como a Carolina Ferraz, magérrima que vive fazendo inveja para o resto do mundo ao dizer em entrevistas consecutivas que é magra porque a natureza assim o quis. Logo, logo, ela vai abandonar aquele namoradinho filho do dono da padaria e vai se casar com um empresário. Do ramo alimentício, claro.
O Franjinha vai continuar sendo cientista, isso está no sangue. E como ser cientista no Brasil é passar fome, ele vai seguir o exemplo dos outros cientistas brasileiros: vai ser professor universitário pra se manter.
Não, gente. Não vislumbro nada muito interessante para a Turma da Mônica. O único com melhor futuro é o Piteco, que pode ser chamado para ser o mais novo ser misterioso que assombra a ilha da série Lost (depois da fumaça viva e dos ursos polares e da máquina do tempo). A Tina vai terminar tendo um rolo com o Rolo, para desespero daquela amiga gordinha dela – que, revoltada, vai fazer uma cirurgia de redução de estômago e casar com o desenhista do gibi.
E o Louco, como vai sobreviver com o aumento abusivo da louca concorrência? Tenho certeza que ele vai ser flagrado pelas câmeras da Globo no meio da torcida do Corinthians.
Não, não vou ler os gibis da Turma da Mônica jovem.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Abutre
Depois da humilhação dos antigos
Ou da imprudência da fome?
No sentido do vento
Mirando a longínqua arma...
Tantos abutres ao meu redor!
Todos de minha espécie
(Caçadores como eu),
Famintos, sobreviventes,
Escorraçados traiçoeiros
Filhos de sua natureza
- Ou escravos, melhor dizendo.
Anos de misérias
Consumando fraticídios
Correndo de mim, de tudo
Voando para longe
Ignorando sentidos
Fugindo da morte
Procurando meus ossos...
...Em vão.
Hoje encontro meus ossos
E subtraio-lhes o tutano.
Aprendi a soltá-los:
Vivo.
sábado, 23 de maio de 2009
Sem graça
terça-feira, 19 de maio de 2009
A volta da blogueira
Dois meses depois, cá estou de volta. Ainda não convencida, mas de volta assim mesmo.
(...) Bloguinho, aqui me tens de regresso (...)
Falar o quê?Contar o quê?
Inventar o quê?
Só quero que tenha graça
Só quero um pouco de riso
Ficar longe de desgraça
Que essa tem de monte na mente
Mais ou menos como a mania
De escrever todo dia
Realidades abstratas
Tantinho assim de vida
Bocados de lembranças
E viva aos novos amigos!
E viva aos velhos inimigos!
E viva a quem quer vida!
Eu me basto com o riso...
É, ainda não me convenci mesmo. Mas amanhã volto, nem que seja pra dizer que ainda não deu.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Amendoinômana
quarta-feira, 4 de março de 2009
O Poder da Natureza
Acabo de passar por uma crise de refluxo gástrico. Como já tive esse troço há uns anos, assim que o primeiro sintoma apareceu, fiquei alerta. A cura para males estomacais é relativamente fácil, basta você deixar de comer tudo o que é bom e reduzir seu consumo de líquido a água pura. O problema é que eu tenho pouca fé, mas me sobra teimosia. E tenho uma dificuldade imensa de abrir mão de qualquer prazer – ou seja, tenho que aprender a conviver com males estomacais para o resto da vida, igual a um paciente com diabetes ou um corno rico e apaixonado.
Bem, cortei os alimentos que me faziam mal e não me eram essenciais: coca-cola (eu substituí por guaraná, já que o médico me proibiu de tomar coca-cola, mas não falou nada sobre outros refrigerantes), leite (sacrifício zero neste caso). Tem mais? Peraí... hum...ah, sim, deixei de tomar vinho. Comida eu não abri mão de nada, porque minha dieta é super-tranquila, desde que eu não esteja com uma cerveja à frente.
De cerveja eu dei um tempo. Mas foi, para ser sincera, um tempo curtinho. Aliás, muito curto. Não aperta que eu confesso: de segunda a quinta eu evitava cerveja. Pronto. Nos outros dias, dependia dos sintomas: se tivessem fortes, eu jogava minha viola no saco e ia dormir. Se tivessem fracos, eu arriscava até que ficassem fortes. Se não tivesse sintoma algum, aí tava liberado.
Senti que meu tratamento, administrado por mim mesma a esta pessoa que vos escreve, não estava progredindo satisfatoriamente. Não queria ir a um gastro para não ouvir o que ele iria me dizer (ou seja, o que ele iria me proibir). Então uma amiga me aconselhou um homeopata. Adorei! Eu já tenho alguma experiência com chás e ervas, então achei que, de repente, podia dar certo.
Ele me passou um tal de Nux Vomica que revirou minha vida de cabeça pra baixo. Eram cinco gotinhas antes de dormir, e passava a noite toda delirando, acordada e tossindo, chorando, “enrouquecendo” e enlouquecendo. Achei a experiência transcendental, e, embora não tivesse melhorando em nada meu refluxo, mantive a medicação.
Ah sim: perdi a paciência com o refluxo, comprei omeprazol, tomei por uma semana, e agora estou boazinha da silva. Depois que passaram todos os sintomas, procurei um gastro e fiz todos os exames possíveis, para constatar que tava tudo em ordem no meu organismo.
Beleza.
E ainda tenho quase meio vidrinho de Nux Vomica.
terça-feira, 3 de março de 2009
Estupidez deveria ter limite
Chamar a ditadura de “ditabranda”, só mesmo para um jornal que tem tantas peculiaridades com este período violento e covarde da história brasileira. A brandura deve estar nos lucros exorbitantes de um “cala a boca” suposto da censura da época – Roberto Marinho que o diga. A “sutileza” da ditadura, para os Frias e seus cúmplices (fardados ou não), sempre esteve religiosamente depositada em contas bancárias.
Ah, e cínicos e mentirosos são os que contestam o termo “ditabranda”, e não os que o fincam vergonhosamente num editorial de um dos jornais mais influentes do país. Imparcialidade? Hahaha... Informações fidedignas? Hahaha... Sei.
A todo mundo que concorda com o termo “ditabranda”, fica aqui minha sincera torcida para que aprenda, na própria carne, a respeitar a dor e a história de quem foi estupidamente preso, torturado, seviciado, estuprada, e também de quem perdeu marido, mulher, mãe, pai, filhos, irmãos e amigos. Torço, de coração, para que aprenda com a própria dor a diferença entre “ditadura” e “ditabranda”.
Para Frias e seus cangaceiros literatos, ditadura no cu dos outros é refresco.
Eu faço o que posso: não compro e nem leio a Falha. Afinal, como disse Raulzito, “mentir sozinho eu sou capaz”.
Saiba mais sobre o assunto:
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=3462
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Mais uma dose
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Cultura Fluoxetina
Propôs um brinde à recente tristeza, mas foi negado: queriam brindar à alegria, à vida dos que ali estavam, à sorte da união. Queriam animá-lo, queriam fazê-lo esquecer. Brindaram. O seu copo esvaziou não em nome da farsa burlesca. Não: a mentira precisaria de refinamento. Mentiu para si que aquele ressentimento abrandaria no outro dia. Mentira diante do espelho nítido e bebera a um esquecimento que não viria a conhecer. Negou a verdade e sorveu o líquido todo, em dose única.
Pensou que esses anos não permitem tristeza. Lembrou de seu último luto, do quanto gostaria de vivê-lo com toda a intensidade possível e, no entanto, como se rendera aos encantos desgraçadamente feios e vazios da nova covardia social que dita: 'os que sentem são fracos. Não sinta!'. Foi ao trabalho quando queria enterrar-se. Tomou seu banho sonhando com um afogamento. Até amou a sua mulher naquele tempo, embora com o surreal desejo de escoar-se junto ao esperma sofridamente jorrado. E sumir, de uma vez por todas.
O uísque barato queimou-lhe a garganta e acomodou-se desajeitadamente em seu estômago revirado de amargas lembranças. Pensou em vomitar, mas isso seria bom demais para acontecer com ele. Sabia - melhor: precisava! - sofrer. Sofreria com a ressaca que, com sorte, seria tão grande que abafaria sua real dor. Sofreria uma diarréia daquelas que banham o sujeito de suor e estoura as varizes. Conseguiria mascarar sua perda tatuando-a em seu próprio corpo.
Sofreria abundantemente, como as grandes perdas exigem e a sociedade condena.
Propôs um outro brinde: à ignorância! E, desta vez, todos brindaram com ele.
O líquido vagabundo feriu-lhe novamente a garganta e descansou mais uma vez em seu estômago, a cada minuto mais revirado.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Desabafo
Logro
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Para Joana, João, Débora, Artur, Juliana, Paulo, Edu, Natascha, Daniel...
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Casas José Araújo
"Praia"
Na praia acontece coisa de lascar
Um magrelo comprido querendo jogar
Com um gordo metido, redondo e baixinho
Uma arenga [discussão] danada pru´mode [por causa de] um joguinho
A Maria Nicota fazia marmota [tirava onda, mangava, fazia troça]
Pra Zefa vermelha [muito queimada do sol] que tava na areia
De saia de chita, toalha bonita
E a outra vestida de tanga comprida
Se come de tudo, se bebe demais,
É carro parado na frente e de trás
Barulho, zoada, sorvete, café
E água de côco pra quem bem quiser
É nego com nega, é preto com branca
Morena e mulato queimando as pelancas [a pele]
Turista decente, andando elegante
Rapaz enxerido, metido a galante
O velho deitado na beira da praia
Olhando as meninas e as moças de saia
Estava bem simples, espiando as sereias
Chegou sua velha, puxou-lhe as orelhas
Essas coisas acontecem na beira do mar
Num domingo de praia com o sol a brilhar
Prestando atenção você vai notar
Muito mais coisas boas de se espiar.
A tal da torta
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Facetas do Rio
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Toleima
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Deixei o msn ligado e...
te amo, amo, amo
João Ricardo diz:
PARABÉNS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
João Ricardo diz:
Maninha, penso, penso, penso, (eita, começou a feder... rs - se com isso eu já tirei um sorriso teu, já valeu) pois é Maninha, ultimamente ando tão ocupado, e você sabe disso. Sabes também o quanto eu amo ficar conversando contigo, e nem pra isso eu estou tendo tempo... sei que as nossas conversas têm sido cada vez mais rápidas e objetivas, às vezes só dá tempo de dizer que te amo ...
João Ricardo diz:
...Maninha, nem preciso dizer o quanto eu te amo, o quanto és importante, o quanto eu desejo felicidade e sempre mais e mais conquistas, realizações, farras (não pode faltar né? ), saúde, (porra só lembrei da saúde depois da farra, sem comentários...), desejo tudo de maravilhoso, pois você merece. Continue sendo essa pessoa interessantíssima que você é...
João Ricardo diz:
Como eu queria estar ao teu lado agora te enchendo de beijos e abraços ...., isso eu vou ficar te devendo e vou fazer questão de pagar !!!!
Para resumir um pouco, ou melhor, quase tudo..., parabéns!!!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO !!!!
Nós te amamos !!!
João Ricardo diz:
Maninha, vou fazer de tudo pra te ligar hj
João Ricardo diz:
te amo muito